A proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2020 do Governo, actualmente em discussão na Assembleia da República, «não corresponde» ao avanço no sistema de transportes públicos que é necessário e possível». O entendimento dos comunistas é sustentado na redução das verbas para o Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART), a que se junta o facto de o OE não apresentar as medidas necessárias para alargar a oferta que os utentes reivindicam.
Para contrariar o subinvestimento, o PCP apresentou uma proposta de aumento das verbas do PART e outras com o intuito de reforçar a oferta de transportes públicos, particulamente na ferrovia pesada.
Acabar com as restrições à contratação de trabalhadores nas empresas públicas e lançar, já este ano, os concursos para a aquisição de comboios para a CP Lisboa e a modernização da Linha da Azambuja são alguns exemplos dos investimentos estratégicos que os comunistas propõem e para os quais, sublinham em comunicado, «existem verbas». Garantem que elas apenas «estão a ser desviadas» para apoiar bancos falidos ou «garantir isenções a especuladores bolsistas e pagar juros a agiotas».
Contas feitas, os 600 milhões de euros que se prevê injectar no Novo Banco, em 2020, seriam suficientes para substituir a frota da Linha de Cascais e para reforçar, em 40%, a restante frota da CP Lisboa. O montante para recapitalizar o «banco bom», que os portugueses herdaram de Ricardo Salgado, serviria também para aumentar os comboios do Metro de Lisboa, que os utentes tanto reivindicam.
Recorde-se a este respeito que, no passado dia 20, através de uma proposta de alteração do Orçamento do Estado, os comunistas propuseram que não sejam entregues quaisquer verbas do erário público para a recapitalização do Novo Banco, sem que tal signifique o início do processo de reversão da privatização.
Esta quarta-feira, o PCP promove uma acção de contacto e recolha de assinaturas, no concelho de Vila Franca de Xira, por uma «aposta séria no transporte público», anulando as insuficiências que se verificam, designadamente com o reforço das ligações ferroviárias ao fim-de-semana, à noite e nas horas de ponta; e a ligação e interconexão com os transportes ferroviários.
A construção de parques públicos, gratuitos e de qualidade na proximidade das estações ferroviárias em Vila Franca de Xira, Alhandra e Póvoa de Santa Iria é outra das reivindicações para este território.
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