A acção reivindicativa está marcada para as 12h30, junto ao espaço C5 desta faculdade. O local é simbólico para a reivindicação, pois é onde funciona uma cantina privatizada, que antes era um sítio de uso colectivo e de estudo de todos na faculdade. Os alunos, que ao longo dos anos reivindicaram uma cantina com capacidade para os 5500 estudantes que frequentam a instituição, ficaram sem o espaço de estudo e sem alimentação a preços acessíveis.
Em nota à comunicação social, o grupo de estudantes, que dinamizará a acção, reivindica uma cantina pública, administrada pelos Serviços da Acção Social da Universidade de Lisboa (SASUL), como a única capaz de assegurar um preço acessível e uma alimentação de qualidade para a generalidade dos estudantes da faculdade.
A resolução da questão da cantina não esgota as exigências do grupo de estudantes. Segundo a nota, «1 em cada 10 estudantes abandona» os estudos devido a dificuldades financeiras. Daí, a luta ganha duas frentes com o mesmo propósito: ampliar o acesso ao Ensino Superior, seja na participação em actividades de vertente científica, cultural e política dentro da FCUL, seja para exigir o fim das propinas e emolumentos.
O fim da propina
Não é possível falar de barreiras à educação sem referir as propinas do Ensino Superior. «Um verdadeiro serviço público é gratuito e de qualidade para todos. Não nos subjugamos ao subfinanciamento e à privatização do Ensino Superior Público», referem os alunos da FCUL, recordando que, no passado dia 9 de Outubro, centenas de estudantes de diversas faculdades de Lisboa se concentraram à porta da sede do Governo, após declarações do ministro Fernando Alexandre sugerirem o descongelamento das propinas. As propinas têm valores congelados desde o Orçamento do Estado de 2019.
Os entraves na FCUL e o direito à faculdade
Mas há também outros problemas locais na FCUL, referem os estudantes. A par das propinas, criticam os «custos exorbitantes» do uso do espaço da faculdade pelos estudantes. O comunicado denuncia situações verificadas com a actual direcção, que pede 500 euros «para a reserva de um espaço para passagem de um filme», e a estudantes de doutoramento exige «cerca de 2500 euros (e após negociação) para a possível realização de um evento científico». A faculdade dispõe de espaços que os estudantes não podem usufruir e peca em questões básicas como espaços de estudo e convívio, reparação de elevadores, equipamentos informáticos e laboratoriais, micro-ondas e salas para os núcleos e clubes, enumeram os estudantes.
A Direcção da FCUL, criticam, restringe também o acesso aos próprios cursos. Nos últimos meses, os estudantes foram confrontados com a suspensão unilateral do mestrado de História e Filosofia das Ciências, que teve resposta com a luta dos estudantes, e com a ameaça de ser feito o mesmo no mestrado de Engenharia Geoespacial.
«Os estudantes irão sempre lutar pelo direito a uma faculdade que permita o acesso a cursos diversificados, uma Faculdade de Ciências que valorize a Ciência. Uma instituição que não esteja subordinada à lógica do mercado global e da gestão administrativa», conclui o chamado para a luta de hoje.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui