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Coimbra: nas ruas os estudantes atribuíram às propinas o fim como o seu fado

Centenas de estudantes da Universidade de Coimbra manifestaram-se pela gratuitidade do Ensino Superior e, em particular, pelo fim da propina. Associação Académica de Coimbra juntou-se após aprovação da luta em Assembleia Magna.

CréditosPaulo Novais / Lusa

Foi preciso ir a votação na Assembleia Magna a aprovação de uma necessidade lógica: a luta contra as propinas. Respondendo ao apelo lançado, centenas foram os estudantes que, mais uma vez, saíram à rua para dizer que as propinas têm que acabar. 

Ontem, a cidade de Coimbra foi palco de mais uma manifestação estudantil. O ponto de encontro foi em frente à Reitoria da Universidade de Coimbra e os jovens universitários marcharam até à sede da Associação Académica. No percurso ouvia-se «propinas e Bolonha é tudo uma vergonha!», «bolsas sim! Propinas não! Este governo não tem educação» e «para a guerra vão milhões, para o ensino só tostões!», as habituais palavras de ordem.

Descendo as ruas da cidade de Coimbra, os estudantes atribuíram às propinas o fim como o seu fado. Em luta foram recebidos por uma chuva de cravos vermelhos a partir da República dos Galifões, sinalizando a relação profunda entre a luta dos estudantes e a Revolução de Abril. No momento, ouviu-se «25 de Abril sempre! Fascismo nunca mais!" e das janelas da República que despoletou o momento foi lançada uma faixa que transpunha o que ia nos pensamento daquelas que querem transformar o futuro: «A propina descongelar? Só rico pode pagar!».

Encabeçando a manifestação estava uma faixa que ao dizer «Sem propinas, sem barreiras!», dava o mote ao sentimento geral. A acção de luta terminou com os estudantes reunidos à frente do edifício-sede da Associação Académica de Coimbra, com as suas capas negras, bandeiras, faixas e pancartas, com palavras de ordem e vozes em uníssono que não deixaram dúvidas em relação ao compromisso dos estudantes da Universidade de Coimbra em lutar pela democratização do ensino superior.

A manifestação decorreu durante o primeiro dia de discussão do Orçamento do Estado na generalidade, um documento que não dá resposta às reivindicações dos estudantes e demonstra bem qual o projecto de destruição para o país que PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal querem levar a cabo, com a cumplicidade demissionária do PS. Só por este motivo, a luta estudantil demonstra a coragem de quem sabe que os tempos não estão fáceis, mas que é nestes momentos em que a luta reveste-se de maior justeza, porque fácil é lutar quando tudo está adquirido. 

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