Promotora da iniciativa, a CDU afirma em comunicado que a petição em defesa do Hospital de Ovar, teve um acolhimento, «que superou em muito as expectativas», e que a população «colaborou activamente na recolha de assinaturas, nos mais variados locais do município».
No total, a petição recolheu 7354 assinaturas (7178 em papel e 176 na Internet). De acordo com o comunicado, os primeiros subscritores, «nomeadamente Maria Helena Silva, trabalhadora do hospital, e Miguel Jeri Correia de Sá (médico) ressaltam a importância desta expressão da vontade popular, esperando que esta seja tida em conta nas decisões que brevemente serão tomadas quanto ao futuro do hospital, nomeadamente quanto à existência de obras no bloco operatório, à avaliação da necessidade de uma urgência básica e à integração dos trabalhadores precários».
População receia mega-estrutura
A acção ocorre numa altura em que se aguarda uma revisão do Plano de Negócios relativo a uma eventual Unidade Local de Saúde (ULS) do Entre Douro e Vouga e, lê-se no texto, «marca acima de tudo uma importante posição da população sobre a defesa da autonomia do Hospital de Ovar, ressaltando a necessidade da melhoria e clarificação da sua articulação na rede de cuidados do Serviço Nacional de Saúde.
A população de Ovar receia que a incorporação do Hospital Dr. Francisco Zagalo na mega-estrutura, que integra as três unidades do Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga – Hospital de São Sebastião (Santa Maria da Feira), Hospital Distrital de São João da Madeira e Hospital São Miguel (Oliveira de Azeméis), e vários agrupamentos de centros de saúde de diferentes municípios, atinja «uma dimensão enorme, que rapidamente criaria dificuldades na sua articulação e no seu desempenho perante as necessidades dos utentes».
Entre as várias iniciativas de apresentação da petição e esclarecimento da população, a 22 de Junho foi realizado um debate, que contou, entre outros, com Conceição Graça, fisioterapeuta no Hospital de Ovar, e Sérgio Vinagre, médico especialista em Saúde Pública. Na intervenção que proferiu, Sérgio Vinagre alertou para experiências com ULS no nosso país, que tendem a concentrar serviços nas unidades mais centrais, esvaziando as mais periféricas e secundarizando os cuidados de saúde primários (centros de saúde).
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