Valnor: brutais aumentos das tarifas do lixo

A Valnor, empresa responsável pelo tratamento do lixo nos 15 concelhos do distrito de Portalegre e em 10 concelhos dos distritos de Castelo Branco e Santarém, pretende aumentar as tarifas em mais de 100%.

Os municípios já se manifestaram contra o aumento das tarifas
Créditos / Correio do Ribatejo

Em causa estão subidas que vão dos 30 euros para os 80 euros por tonelada de lixo. Estes aumentos vêm no seguimento da privatização do grupo EGF, de que faz parte a Valnor, para o grupo SUMA/Mota-Engil, concretizada pelo anterior governo do PSD e do CDS-PP em 2015 e mantida pelo actual Executivo.

O negócio, que o AbrilAbril já reportou, criou um monopólio privado no sector dos resíduos sem paralelo na Europa, com consequências para trabalhadores e as populações pela visível lógica do lucro.

Este aumento dá-se também num contexto de reforço dos poderes do regulador, a ERSAR, entidade que, mesmo à revelia da vontade das autarquias, tem o poder de fixar as tarifas na lógica da recuperação de custos, assegurando assim a obtenção de receitas presentes e futuras legalmente garantidas ao operador privado.

Os lucros antes da privatização eram utilizados para manter/diminuir as tarifas pagas pelos municípios e utentes e reforçavam a capacidade de investimento em instalações, equipamentos, higiene no trabalho e segurança dos trabalhadores. Hoje, é patente a degradação das condições de trabalho e do serviço prestado à comunidade.

Os municípios já se manifestaram contra estes aumentos e avisaram que estes recairão sobre as populações, agravando brutalmente a tarifa de água, saneamento e resíduos e prejudicando as condições de vida e a própria actividade económica da região.

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