A 16.ª Convenção do Partido Ecologista Os Verdes, que terá lugar a 16 e 17 de novembro, constituirá um momento muito relevante da ecologia política em Portugal.
Sob o lema «Baste de destruição! Com Os Verdes, ecologia em ação!», durante dois dias Os Verdes farão uma intensa análise da situação ecopolítica nacional e internacional e apontarão soluções concretas para atingir a sustentabilidade do desenvolvimento.
Vivemos num quadro de emergências que nunca obterão respostas eficazes enquanto as políticas ambientais continuarem a ser um instrumento de negócio para o grande poder económico, em vez de assegurarem o equilíbrio dos ecossistemas e a qualidade de vida.
Das grandes barragens às mega centrais fotovoltaicas, da eucaliptização das florestas às vastas culturas intensivas e superintensivas, da produção desenfreada ao incentivo ao consumo descontrolado, são os interesses económicos que têm sido servidos, sem se ponderarem as alternativas sustentáveis, sem se apostar na micro escala e na descentralização da produção energética, sem se investir na eficiência energética, sem se reforçar a floresta autóctone, sem se valorizar a agricultura familiar e biológica e sem se combater o desperdício.
Para dar resposta à emergência da diversidade biológica, à emergência da regulação climática e à emergência da precaução e da prevenção ambiental, Os Verdes apontam medidas para garantir uma verdadeira transversalidade das políticas ambientais.
A Convenção dos Verdes decorre no momento em que se realiza, em Baku, a COP 29. Se o ritmo de mitigação das alterações climáticas se mantiver como existe hoje, corremos o risco de assistir ao aumento de 3,1ºC da temperatura média do Planeta no final do século, o que é bastante acima dos 1,5ºC estabelecidos como desejáveis pelo Acordo de Paris.
As consequências podem ser dramáticas, com extremos climáticos a generalizar o cenário catastrófico que se viveu em Valência e noutras partes do globo. Não podemos continuar a permitir que as COP sejam verdadeiros embustes e temos de intensificar a força das reivindicações para que sejam implementadas medidas eficazes de combate e adaptação à mudança climática.
«Das grandes barragens às mega centrais fotovoltaicas, da eucaliptização das florestas às vastas culturas intensivas e superintensivas, da produção desenfreada ao incentivo ao consumo descontrolado, são os interesses económicos que têm sido servidos, sem se ponderarem as alternativas sustentáveis (...).»
Por cá, a Lei de Bases do Clima continua por regulamentar, o setor dos transportes continua a ser o maior emissor de gases com efeito de estufa e o processo de adaptação às alterações climáticas está plenamente atrasado.
Na Convenção d'Os Verdes serão apresentadas e debatidas propostas concretas e a ação consequente que o PEV assumirá para erguer um caminho de justiça ambiental e de justiça social.
Com Abril no horizonte, e exatamente no ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, a Convenção d'Os Verdes será um marco na defesa da consolidação da democracia, da participação intensa dos cidadãos, na garantia da liberdade, do desenvolvimento com sustentabilidade, no combate à pobreza, no desejo da plena igualdade, na condenação das discriminações e dos discursos e atitudes de ódio, da defesa da paz e da harmonia entre povos e culturas.
A particularidade da intervenção de proximidade d'Os Verdes, junto das populações e dos problemas concretos, evidenciará um vasto conhecimento das necessidades locais regionais e nacionais, que passam pela melhoria de padrões ambientais e também pelo acesso à habitação, pelo direito à mobilidade e a transportes públicos eficazes, pela dignidade no trabalho, pelo reforço do SNS, pela valorização da escola pública, pelo direito à cultura e ao desporto.
Os Verdes são uma força mobilizadora, uma força política de esquerda com uma agenda ambiental e social à qual os delegados à 16.ª Convenção darão voz e para cuja implementação contamos com a confiança de todos os que acreditam que é possível uma política alternativa.
Rejeitando uma atitude conformista com o capitalismo, delapidador dos recursos naturais e socialmente explorador, Os Verdes empenham-se num processo transformador, por um mundo mais justo, sustentável e harmonioso.
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