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Capoulas Santos quer maioria absoluta para PS não ter de «torcer» as suas políticas

O Ministro da Agricultura admite que seria preferível que o Governo não tivesse de negociar as suas soluções políticas. E, na Agricultura, entende que as «coisas correram muito bem».

Inauguração das instalações da Estratégia de actuação da FlorestGal. Figueiró dos Vinhos, 20 de Março de 2019.
CréditosPAULO NOVAIS / Agência LUSA

Capoulas Santos, em entrevista ao Público, assume o incómodo já constatado por outros dirigentes socialistas: o PS teve de, durante a actual legislatura, sujeitar a sua agenda política a negociações. E, se por um lado, foi empurrado muitas vezes para avanços de sentido positivo para as populações, não deixa de tentar retirar os louros dessas políticas sociais e económicas, que não teriam acontecido se estivesse sozinho no Governo.

Por outro lado, nas questões em que se sobrepôs o compromisso com os grandes grupos económicos, o Governo do PS sempre encontrou o conforto de PSD e CDS-PP para aprovar o que precisou – de que são exemplos questões da legislação laboral ou a sangria de fundos públicos para a banca privada.

Sobre a Agricultura, o ministro desconsidera os inúmeros problemas que persistem no sector – muitos dos quais não tiveram resposta porque o seu Governo não quis –, que afectam em particular os pequenos produtores, e condicionam a soberania alimentar nacional.

Desconsideração perante a extensão cada vez maior de produção agrícola intensiva e super-intensiva, nomeadamente de olival e amendoal, com maior significado no Alentejo.

E pela nova lei do cadastro, que implica o saque de terras dos pequenos e médios agricultores e transfere para os municípios responsabilidades que o Estado nunca assegurou.

Prossegue assim a ruína da agricultura familiar e consequente despovoamento do mundo rural que decorre da aplicação da Política Agrícola Comum imposta pela União Europeia tão bem aceite pelos sucessivos governos de PS, PSD e CDS-PP.

Mais haveria a dizer, mas fica a ideia. Até Outubro, o PS vai trabalhar para se libertar do actual quadro político, que o condiciona, mas sem o qual não teriam sido aprovadas inúmeras medidas de importante alcance económico e social.

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