A laborar no concelho da Madalena desde a década de 60 do século passado, a conserveira Cofaco, produtora das conservas «Bom Petisco», «influenciou decisivamente o desenvolvimento da ilha do Pico e tem tido um papel fundamental ao longo destes anos, quer a nível social, quer a nível económico».
O reconhecimento surge no preâmbulo do projecto de lei que o PCP apresentou no passado dia 21. Para os comunistas, a proposta tem como objectivo minimizar o impacto social e económico do despedimento colectivo e do desaparecimento de cerca de 300 postos de trabalho directos e indirectos, numa ilha onde não há mercado de trabalho capaz de absorver todos estes trabalhadores.
«Esta intervenção é tanto mais urgente, uma vez que o despedimento colectivo na Cofaco do Pico significa uma perda de 4,3% na população activa da ilha e de mais de 8% no concelho da Madalena, sendo dados muito significativos numa ilha com 14 mil habitantes», lê-se no diploma.
Os comunistas defendem um regime especial e transitório de facilitação do acesso, majoração de valor e prolongamento da duração de apoios sociais nos três concelhos da ilha, entrando em vigor com o Orçamento do Estado para 2019 e até 1 de Janeiro de 2022.
Ao nível dos prazos de garantia para atribuição das prestações de desemprego [tempo de descontos que o trabalhador precisa de ter para poder beneficiar do subsídio de desemprego], advoga-se a redução para 180 e 90 dias [em vez dos actuais 450 e 180, respectivamente], defendendo em simultâneo uma majoração dos valores das prestações de desemprego de 20% e a duplicação do período de concessão destas prestações.
O PCP defende ainda uma majoração do abono de família em 25% e do Rendimento Social de Inserção de 20%.
Foi no passado dia 9 de Janeiro que a Cofaco anunciou aos 162 trabalhadores, na maioria mulheres, que a fábrica do Pico iria encerrar. O AbrilAbril sabe que os trabalhadores ainda não começaram a receber as cartas de despedimento e que esperam por esse momento para decidirem sobre as formas de luta a travar.
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