Na sequência da decisão da reunião de Comité Central do último sábado, o PCP decidiu promover a realização de um conjunto de contactos com instituições e entidades diversas com o objectivo de transmitir aspectos essenciais das conclusões do XX Congresso.
Já lá vão três reuniões: ontem com a CGTP-IN e o Presidente da República e, hoje, com o BE. As declarações de Jerónimo de Sousa sublinham, por um lado, a convergência com a CGTP relativamente aos direitos individuais e colectivos dos trabalhadores e, por outro, as preocupações comuns com o BE, nomeadamente relativas à questão do do Salário Mínimo Nacional (SMN), apesar do acordo entre bloquistas e o Governo.
«Em relação à TSU, é inaceitável que seja o Orçamento do Estado a ter de pagar o ponto percentual [...]. Estamos em profundo desacordo com isso, que sejam dinheiros da Segurança Social a alimentar, mais uma vez, o lucro dos patrões»
Jerónimo de sousa, secretário-geral do PCP
Para os comunistas é «inaceitável» a baixa da Taxa Social Única (TSU) apresentada como contrapartida ao aumento do SMN para os 557 euros em Janeiro.
«Em relação à TSU, é inaceitável que seja o Orçamento do Estado a ter de pagar o ponto percentual que foi lá negociado. Estamos em profundo desacordo com isso, que sejam dinheiros da Segurança Social a alimentar, mais uma vez, o lucro dos patrões», afirmou à imprensa o secretário-geral do PCP.
O PCP considera ainda «muito mal» que o caderno de encargos apresentado na concertação social por parte do patronato praticamente tenha sido todo preenchido, considerando que a resposta ficou por ser dada aos trabalhadores e suas organizações.
Jerónimo de Sousa sublinhou que o partido continuará a bater-se pela proposta dos 600 euros e lembra que também em relação às reformas e pensões o PCP ficou isolado, e depois de «persistência», haverá o maior aumento de pensões desde os últimos anos em Agosto. O PCP fará o mesmo em relação ao SMN.
«Os custos do trabalho significam uma parte muito reduzida, cerca de 13% das despesas das empresas» afirma o dirigente do PCP recordando o que nestes anos se perdeu em poder de compra com a desvalorização dos salários e destacando que os 600 euros não resolveriam tudo, mas que seria um avanço para os trabalhadores. Chama ainda a atenção para que «é preciso acabar com a caducidade da contratação colectiva», algo que também não é incluido na proposta de Governo (apenas é considerada a sua suspenção por 18 meses).
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