Para uns é um bom desempenho, para todos os que sentem as dificuldades provocadas pelas taxas de juro é sinónimo de usura. Os cinco maiores bancos portugueses obtiveram perto de 3,3 mil milhões de euros de lucro nos primeiros nove meses do ano, uma subida de 75% face ao período homólogo.
Estes resultados do sector permitem assim aos bancos recuperarem da década de 2010, altura onde os Estados, entre os quais o português, tiveram que se chegar à frente para salvaguardar algumas instituições bancárias. Tudo isto confirma uma lógica de nacionalização dos prejuízos e de privatização dos lucros, o que torna ainda mais imoral na medida em que no período vivido pelos trabalhadores cujos impostos serviram para resgatar bancos precisavam que fossem os mesmos bancos a pagar os aumentos das prestações bancárias provocados pelo BCE.
Destes bancos regista-se o BCP (lucro de 671,7 milhões) e o Novo Banco (lucro de 638,5 milhões) que, apesar do lucros, ainda não conseguiram compensar todos os prejuízos passados. Já a Caixa (lucro de 987 milhões) apaga os prejuízos da última década. O Santander (lucro de 621,7 milhões) teve sempre lucro e como tal continua a acumular e perto disto está o BPI (lucro de 390 milhões) que teve somente dois anos com as contas no vermelho.
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