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António Costa aceitou pedido de Constança Urbano de Sousa

Ministra da Administração Interna demitiu-se

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, apresentou o pedido de demissão, que foi aceite pelo primeiro-ministro, anunciou o gabinete de António Costa na manhã desta quarta-feira.

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, fala aos jornalistas à saida da reunião extraordinária na Protecção Civil realizada na sede daquele organismo, em Carnaxide, Oeiras, 16 de Outubro de 2017
CréditosManuel de Almeida / Agência LUSA

«A ministra da Administração Interna apresentou-me formalmente a demissão em termos que não posso recusar», diz o primeiro-ministro na nota enviada às redacções.

No comunicado, António Costa agradece publicamente «a dedicação e empenho com que serviu o País no desempenho das suas funções».

Em reacção à demissão, os líderes parlamentares do BE, do PCP e do PEV afirmaram que a mudança de rosto na pasta da Administração Interna não resolve os problemas que só podem ser enfrentados intervindo sobre as causas mais fundas dos incêndios florestais, que fizeram mais de 100 mortes neste ano.

Enquanto o BE avançou com a proposta de criar uma entidade única para o planeamento da floresta e para a prevenção e o combate aos fogos, João Oliveira colocou a tónica na necessidade de meios para fazer o que é necessário.

Numa declaração no Parlamento, o líder parlamentar do PCP lembrou que, se o Governo assumir um défice de 1,5% para 2018, é possível libertar mil milhões de euros para o investimento na floresta.

À direita, Telmo Correia (CDS-PP) defendeu a moção de censura anunciada ontem, responsabilizando o primeiro-ministro pelos acontecimentos dos últimos meses. A ex-ministra das Florestas e hoje líder do CDS-PP, Assunção Cristas, vinha pedindo a demissão de Constança Urbano de Sousa e anunciou ontem uma moção de censura ao Governo pela falha do Estado na área que tutelou até há dois anos.

O presidente do PSD, em vias de deixar de o ser, sinalizou, à saída de uma reunião do seu grupo parlamentar, o voto a favor à moção de censura do CDS-PP. Passos Coelho, que foi primeiro-ministro de Cristas, considerou que o Governo não tem condições para continuar e falou sobre as falhas do Estado, em relação às quais partilha responsabilidades directas com a líder do CDS-PP.

Um dos exemplos dados por Passos foi a Mata Nacional de Leiria, que ardeu quase por completo nos últimos dias e que integra o património público, que antes de ser fustigado pelo fogos sofreu com a falta de meios técnicos, humanos e financeiros para o seu cuidado ao longo dos últimos anos.


Com Agência Lusa

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