O debate sobre o Interior, em plena campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, acontece num quadro em que está prevista, para Portugal, uma redução de 7% das verbas dos fundos para a coesão sócio-económica e territorial. Redução que acresce aos impactos negativos para o País da desvalorização, nesta matéria, nos últimos três quadros de financiamento da União Europeia (UE) e que se têm traduzido, na prática, numa diminuição da coesão desde 1993.
Aqueles quadros comunitários registaram o voto favorável e o acordo dos diferentes governos de PS, PSD e CDS-PP.
Pelas diferentes candidaturas vão sendo apresentadas algumas propostas.
João Ferreira, cabeça-de-lista da CDU, entende que a «desertificação e despovoamento não são fatalidades» e podem ser revertidas com políticas diferentes daquelas que têm sido determinadas pela UE com a aceitação dos governos portugueses de PS, PSD e CDS-PP e que levaram ao encerramento de inúmeros serviços públicos determinantes para a fixação da população no Interior.
Essas políticas, segundo o candidato, passam pela regionalização, por investimento público com forte descriminação positiva dos territórios do Interior. O deputado ao Parlamento Europeu lembra o exemplo da «aplicação dos fundos comunitários na ligação ferroviária de Sines a Badajoz, que deixou esquecida a zona dos mármores e a possibilidade de transporte de mercadorias e de passageiros».
Já o candidato do PS ao Parlamento Europeu, Pedro Marques, defendeu a importância da inovação no sector primário para a criação de emprego, sobretudo em regiões como o Alentejo.
Os candidatos de PSD e CDS-PP lembraram, no mesmo dia, a importância da requalificação do IP3. E, pelo CDS-PP, Assunção Cristas referiu a necessidade da UE em reconhecer «um verdadeiro estatututo fiscal para o Interior», como forma de fixar população nesta parte do território.
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