Contratação confirmada pela Goldman Sachs

Reforma dourada para Durão Barroso

O antigo primeiro-ministro português e ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, é a nova aquisição da Goldman Sachs, um dos tubarões da finança internacional.

Durão Barroso vai presidir ao conselho de administração da Goldman Sachs International e passa, também, a ser um dos conselheiros do grupo financeiro. A instituição não divulgou o valor que Barroso irá ganhar, mas destacou a experiência acumulada enquanto primeiro-ministro português entre 2002 e 2004 e como presidente da Comissão Europeia durante dez anos.

O ex-primeiro-ministro, que regressa à berlinda com a revelação do «relatório Chilcot» sobre a invasão do Iraque em 2003, de que foi co-responsável, junta-se a uma longa lista de responsáveis europeus que passaram pela Goldman Sachs International.

Um dos seus antecessores é Peter Sutherland, comissário europeu irlandês no final da década de 1980, que durante 20 anos no cargo acumulou, para além do salário, mais de 150 milhões de dólares em acções da instituição. Por lá também passaram Mario Monti, antigo primeiro-ministro italiano, ou Mario Draghi, actual presidente do Banco Central Europeu.

A lista de portugueses que passaram pelo grupo financeiro inclui António Borges, assessor de Passos Coelho para as privatizações em 2011, e Carlos Moedas, secretário de Estado desse governo (com a tutela das relações com a troika) e actual comissário europeu.

A Goldman Sachs esteve envolvida no esquema de ocultação de dívida pública grega, que justificou a imposição de sucessivos programas da troika, através de produtos complexos de crédito. 

Durão Barroso iniciará funções ainda este mês. A notícia soube-se depois de ter sido ouvido pelos reguladores financeiros e pelo Banco de Inglaterra. 

A nova aquisição do grupo que gere mais de 850 mil milhões de dólares em activo é o representante português no grupo Bilderberg, após Francisco Pinto Balsemão (PSD) abandonar o lugar. Recentemente veio a público falar sobre as sanções a Portugal, afirmando que existia uma «probabilidade grande de serem aprovadas», caso os parceiros considerassem que Portugal tinha entrado «num caminho de irresponsabilidade».

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