Os cinco maiores bancos tiveram lucros, nos seis primeiros meses deste ano, de 2,6 mil milhões de euros. Este resultado corresponde a mais de 14,7 milhões de euros ganhos por dia, um aumento de 18,9% em relação ao ano de 2023, mais do dobro que em 2022 e mais de 3,6 vezes dos resultados obtidos em 2021.
Tendo este factor em conta, a CGTP-IN não tem dúvida e vinca que «nos lucros da banca, para além de estarem as dificuldades impostas aos trabalhadores e às micro, pequenas e médias empresas, reflecte-se também uma política de habitação que deixou ao mercado e à especulação, aquilo que cabe ao Estado garantir: o direito à habitação».
Para a central sindical, as «margens financeiras» não explicam toda esta acumulação de lucros. A par disto, está a política do Banco Central Europeu ao nível das taxas de juro, mas também a sobrecarga de custos imposta a todos os que recorrem aos serviços bancários, seja na simples manutenção de uma conta, seja nos custos associados ao crédito para compra de habitação ou outros.
A realidade fala por si e indica que milhares de famílias são empurradas para a compra de habitação própria e hoje estão confrontadas com um aumento de encargos que, nem de longe nem de perto, é acompanhado pelos seus salários.
Ante tal situação e dada a evidente crise na habitação, a CGTP-IN aponta um caminho e defende que, «no imediato, os colossais lucros que vêm sendo acumulados sejam usados para aliviar o peso insuportável que os trabalhadores e suas famílias estão sujeitos nos créditos à habitação, ao mesmo tempo que, ao invés de aliviar ainda mais, o Governo actue no plano da justiça fiscal e coloque os grandes grupos económicos a pagar aquilo que devem».
Para a central de classe de todos os trabalhadores, o contexto de aumento de lucros que se regista torna os objetivos do Governo bastante evidentes, classificando até a narrativa colocada em prática pela de AD de «falásia». «Com a descida do IRC, aquilo que a opção do Governo da AD garante, são mais lucros e maiores dividendos, acentuando o crescimento das desigualdades que é económica e socialmente insustentável», entende a CGTP-IN.
Ainda sobre os lucros dos bancos e contraste, importa registar que os cinco maiores bancos nacionais (a Caixa Geral de Depósitos, o BCP, o Novo Banco, o Santander e o BPI), com tudo somado, fecharam o primeiro semestre com menos 281 trabalhadores e 23 agências, em relação ao período homólogo.
O BPI perdeu 123 trabalhadores, a Caixa Geral de Depósitos ficou com menos 183 e o Santander com menos 100. No sentido inverso, o BCP aumentou em 18 trabalhadores e o Novo Banco em 107.
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