|25 de Novembro

Bloco de Esquerda e Livre vão participar na sessão comemorativa do 25 de Novembro

A sessão solene do 25 de Novembro não visa assinalar o que a data foi, mas o que projectos reaccionários gostariam que tivesse sido. Bloco e  Livre já decidiram e vão ao momento que procura atacar Abril. 

CréditosManuel de Almeida / Lusa

Num momento em que os projectos mais reaccionários procuram colocar em prática toda a sua agenda e navegam nas ondas da retro-alimentação para ganhar mais visibilidade através da inconsequência do soundbyte, a sessão solene que irá ocorrer na Assembleia da República será mais um degradante capítulo dessa táctica. 

Dado este elemento, o Bloco de Esquerda anunciou hoje, pela voz de Fabian Figueiredo, que irá participar na sessão evocativa do 25 de Novembro. O bloquista disse, no entanto, que o seu partido só se fará representar por um deputado, não entendendo que toda e qualquer presença no embuste que irá ocorrer significa legitimar a «operação de desvalorização do 25 de Abril» que o próprio diz que irá ocorrer. 

Fabian Figueiredo disse ainda que assim que houver uma maioria de deputados, o seu partido irá propor o fim da sessão comemorativa, argumentando que «não faz nenhum sentido assinalar o 25 de Novembro todos os anos na Assembleia da República». Ou seja, o líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda coloca uma futura acção do seu partido para um hipotético cenário enquanto, simultaneamente, admite que se pode assinalar o 25 de Novembro de vez em quando, mas não anualmente. 

Quem também estará presente é o Livre que, através da deputada Filipa Pinto no Fórum TSF, confirmou que o seu partido participará no ataque à Revolução dos Cravos. Assim como o Bloco de Esquerda, o partido liderado por Rui Tavares consegue identificar que tal sessão evocativa é movida por projectos reaccionários, mas reclama (por omissão) o importante papel contra-revolucionário do PS no 25 de Novembro: «não faz sentido que a direita conservadora esteja a reclamar para si uma data com a qual nada teve a ver».

A par do PCP, que ontem disse que não irá trair Abril e, dessa forma, não participará na sessão agendada, a Associação 25 de Abril também não marcará presença por entender que o momento «provoca uma enorme e clara deturpação dos acontecimentos vividos na caminhada para o cumprimento do programa do MFA (Movimento das Forças Armadas)».
 

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