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«Não traímos Abril»: PCP anuncia que não participará no embuste do 25 de Novembro

Na sessão pública intitulada «A agenda privatizadora e a operação contra Abril – derrotar a política de direita e os projectos reaccionários», o PCP anunciou que não irá participar na sessão do 25 de Novembro, o insulto à Revolução movido por um recalcado e antidemocrático inconformismo.

CréditosMário Cruz / Agência Lusa

São velhas as aspirações da direita para derrotar Abril. Nunca gostaram do que a Revolução trouxe e sempre estiveram confortáveis com o que o fascismo trazia. Desde o primeiro momento que os militares saíram dos quartéis, ao que se juntaram as massas populares, a direita reaccionária tentou logo derrotar a Revolução. 

A história assim o demonstra, o 25 de Novembro assim o ilustra e as comemorações que estão a ser organizadas desta data assim o confirmam. Neste sentido, o PCP afirmou hoje, perentoriamente que não iria alinhar na sessão que está a ser 

Pela voz de Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, foi afirmado o que se esperava: «É Abril que deve ser comemorado enquanto o momento mais marcante da nossa história e não o que contra ele se arquitectou de conspirações, golpes e práticas que o negam e pretendem desvalorizar». 

Considerando que está em marcha «uma operação que é uma provocação, no ano em se comemora o quinquagésimo aniversário da Revolução de Abril», Paulo Raimundo considera que «o essencial não é, nesta ocasião, de demonstrar o que o 25 de Novembro foi ao contrário do que dizem ter sido (um golpe contra-revolucionário e não um contra-golpe)», mas sim «destapar e expor a operação que está por detrás das chamadas comemorações do 25 de Novembro que a direita mais reaccionária há muito enseja e que decidiu tentar impor».

O secretário-geral comunista considera que a sessão que terá lugar na Assembleia da República explica-se pela crescente presença e promoção de concepções reaccionárias na sociedade portuguesa, mas também pela necessidade dos que «suportam o Governo da PSD/CDS, com o apoio dos seus sucedâneos da IL e do Chega e a cumplicidade e anuência de outras forças políticas», de relançarem uma ofensiva contra-revolucionária contra Abril e legitimar as suas próprias opções e política destruidora.

O PCP entende que não se trata simplesmente de uma manobra de reescrita da história de forma isolada, mas sim uma tentativa de criar condições e legitimar um projecto da destruição dos mais profundos valores democráticos. Para os comunistas, o que se procura assinalar na Assembleia da República não é o que foi o 25 de Novembro, mas o que gostariam que tivesse sido - a destruição do conquistado com o 25 de Abril.

«Procuram assinalar, com um indisfarçável saudosismo, um revés reaccionário não consumado nos objectivos que ambicionavam, e querem, os promotores desta iniciativa, reintroduzir os factores de divisão na sociedade portuguesa que marcaram o 25 de Novembro em detrimento daquilo que une o povo português sobre o que representa Abril, as suas conquistas e valores incluindo como projecto e perspectiva para o futuro de Portugal», considerou Paulo Raimundo. 
Já era antecipada esta posição do PCP, até porque foi o único partido que se recusou a participar na comissão organizativa da sessão que irá ocorrer no parlamento. Para o PCP, a sua posição trata-se de uma forma inequívoca de «oposição e protesto» e reitera que o caminho para combater as ofensivas mais reaccionárias passa por afirmar Abril, sem equiparações fraudulentas.

«É Abril que deve ser comemorado enquanto o momento mais marcante da nossa história e não o que contra ele se arquitectou de conspirações, golpes e práticas que o negam e pretendem desvalorizar. É essa luta para afirmar os valores de Abril que vamos prosseguir», conclui o secretário-geral do PCP. 
 

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