Já é há muito conhecida a simpatia de Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros, com o Estado sionista de Israel e a vontade de ser cúmplice com os crimes que estão a ser cometidos diariamente. Exemplo disso foi a recusa do Governo português em cortar relações com o Governo israelita proposto por Josep Borrell, considerando «não ser o momento» para tal.
Posto isto, o PCP teve conhecimento de um encontro da vice-ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel com o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Governo português e dirigiu uma pergunta directamente a Paulo Rangel para apurar o sucedido.
A pergunta assinada pela líder parlamentar dos comunistas, Paula Santos, refere que, «em páginas nas redes sociais associadas à representação diplomática de Israel em Portugal foi noticiada, no dia 20 de novembro, a realização de um encontro da vice-ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel com o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Governo português» e que «de acordo com essas publicações, a reunião terá ocorrido nesse mesmo dia, no âmbito da deslocação a Portugal daquela responsável do Governo de Israel, alegadamente a primeira visita oficial realizada desde que assumiu funções».
Os comunistas indicam ainda que a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel participou numa cerimónia na Assembleia da República para a criação da representação portuguesa da Israel Allies Foundation, uma organização lobista ligada à extrema-direita daquele país «que virá a ser dirigida em Portugal, segundo as mesmas fontes, pela deputada do PSD, Liliana Reis, e pelo deputado do Chega, Pedro Frazão – o que foi noticiado, também, na imprensa israelita».
Na pergunta, é ainda relembrado que «Israel leva a cabo, desde há mais de um ano, uma brutal ação militar nos territórios palestinianos ocupados em 1967 que, segundo o Tribunal Internacional de Justiça, pode envolver a prática do crime de genocídio», assim como o facto de mais recentemente, a Assembleia Geral da ONU, seguindo um parecer emitido pelo mesmo Tribunal, ter aprovado uma resolução considerando ilegal a ocupação dos territórios palestinianos ilegalmente ocupados por Israel em 1967 e instando os Estados a
assumirem as suas responsabilidades, designadamente, abstendo-se de qualquer medida ou iniciativa que contribua para o prolongamento daquela ocupação.
Neste sentido, o PCP procurou saber, ao concerto, qual âmbito da visita a Portugal da vice-ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel; qual o propósito do encontro de um representante do Governo Português com a responsável política do Governo de Israel; e como avalia o Governo português a presença da vice-ministra de Israel numa cerimónia
realizada na Assembleia da República para a constituição de uma associação orientada para influenciar a política externa de Portugal num sentido favorável aos interesses de Israel.
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