Às 9h da manhã (hora local, 5h30 em Lisboa) foi desencadeado em Cabul um ataque com rockets dirigido ao palácio presidencial, no momento em que o presidente Ashraf Ghani pronunciava um discurso a favor da paz, por ocasião das celebrações do feriado islâmico Eid al-Adha (Festa do Sacrifício).
Segundo declarações de um oficial da missão da NATO em Cabul, nove atacantes dispararam 30 salvas de morteiro a partir de dois diferentes locais na capital do Afeganistão. As granadas caíram próximo mas não atingiram o palácio presidencial, que se encontra no interior da chamada «zona diplomática» – a mais protegida da cidade, rodeada por altos muros de cimento e redes de arame farpado. Se o tivessem feito poderiam «ter morto ou ferido o presidente», afirmou à Al-Jazeera o analista Nazar Sarmachar, acrescentando que o ataque punha a descoberto evidentes fraquezas no sistema de defesa da capital.
A polícia efectuou buscas no centro de Cabul, onde apinhados mercados ao ar livre se cruzam com os bairros velhos da cidade, com casas de tijolo e lama. Após terem sido determinados os locais de origem dos ataques, a polícia estabeleceu cordões de segurança em torno dos dois edifícios, os quais em seguida foram destruídos por fogo de helicanhões. Ao fim de seis horas de combate, «quatro dos atacantes foram mortos e cinco foram feitos prisioneiros», afirmou o porta-voz das forças armadas dos EUA no Afeganistão, tenente-coronel Martin O'Donnell. Segundo a Agência Lusa, registaram-se seis feridos, entre militares e civis, do lado oficial.
Ainda é cedo para determinar com rigor a origem dos atacantes. Inicialmente a polícia acusou os talibãs. Mais tarde, a agência noticiosa do Daesh (Estado Islâmico) reivindicou o atentado, mas continua a não haver comentários da parte dos talibãs. Tendo o Daesh, frequentemente, reivindicado ataques que não eram os seus, será prudente aguardar o resultado do interrogatório dos atacantes que sobreviveram.
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