Na madrugada desta quinta-feira, chegou ao país caribenho um avião com 92 venezuelanos a bordo, provenientes do Equador, no âmbito de um programa que já permitiu o regresso de 89 pessoas do Peru e mais de 1200 através da fronteira com o Brasil, indica a Prensa Latina.
O «Plan Vuelta a la Patria» [Plano Regresso à Pátria] foi posto em prática pelo presidente Nicolás Maduro, no final de Agosto, precisamente para permitir o regresso ao país dos venezuelanos que assim o desejarem. De acordo com fontes governamentais, a iniciativa visa defender «os migrantes de actos de xenofobia e discriminação noutros países sul-americanos».
No âmbito deste programa, prevê-se que este sábado chegue um novo grupo de emigrantes do território peruano, e na segunda-feira partirá um voo com destino à Argentina, para dali trazer compatriotas que decidiram ir para o país austral em busca de uma saída para as dificuldades económicas, sem o conseguir.
A peça publicada pela Prensa Latina recolhe alguns testemunhos dos beneficiários do «Plan Vuelta a la Patria», que dão conta de «penúrias de diversa índole» sofridas em países como o Peru ou o Equador, onde se depararam com «tratamentos discriminatórios» e «exploração» em jornadas de trabalho com a duração de 18 a 20 horas, e salários inferiores aos ajustados.
Num artigo publicado no portal Misión Verdad – sobre o Plano Vuelta a la Patria e os mitos da emigração venezuelana a descoberto –, sublinha-se que, com a medida implementada, «o Estado reafirma o seu compromisso de cuidar dos venezuelanos atingidos por situações de vulnerabilidade e fragilidade resultantes das redes de tráfico e exploração laboral que operam plenamente em muitos dos países da região».
Não se trata simplesmente de um programa de repatriamento, mas visa reintegrar os repatriados na vida produtiva e nos programas sociais, para além de reverter a linha que aponta o Executivo como responsável pelo fluxo migratório, com o intuito de criar a imagem de um Estado falido, para promover uma «intervenção humanitária», sublinha.
Números contra a agenda mediática
Os números divulgados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e pela Organização Mundial para as Migrações (OIM) vão contra o relato «da crise humanitária» alimentado pela agenda mediática.
O ACNUR referiu que apenas 5661 venezuelanos (menos de 1% da população da Venezuela) viram reconhecido o estatuto de refugiado por parte das autoridades dos principais países receptores, indica a Prensa Latina.
O número total de emigrantes provenientes da Venezuela, estimado inicialmente entre 1,5 milhões e 2,3 milhões, poderá ser inferior, de acordo com os relatórios publicados pelas organizações referidas, dando crédito à denúncia do governo venezuelano de que existe «uma clara manipulação sobre os números para justificar um cenário de intervenção internacional».
De acordo com fontes oficias, 6,5 milhões de imigrantes (só entre colombianos, peruanos e equatorianos) residem na Venezuela, onde beneficiam dos programas sociais promovidos pelo governo bolivariano.
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