«A OLP não tomou medidas para avançar o início de negociações directas e significativas com Israel», declarou Heather Nauert, porta-voz do Departamento de Estado. Ao invés, os líderes palestinianos «condenaram um plano de paz norte-americano e recusaram-se a interagir com a administração dos EUA relativamente aos esforços de paz e outras questões», acusou, citada pela Prensa Latina.
Nauert acrescentou que a decisão «também está de acordo com as preocupações da Administração e do Congresso com as tentativas palestinianas de promover uma investigação de Israel no Tribunal Penal Internacional [TPI]».
O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, também se pronunciou sobre o encerramento da missão da Organização de Libertação da Palestina (OLP), justificando-o como uma «punição» pelo facto de os palestinianos pedirem que Israel seja investigado pelo TPI.
Num discurso proferido num hotel da capital federal perante membros da Federalist Society, Bolton denunciou o facto de o Estado da Palestina ter sido aceite como membro do TPI (em 2012, depois de obter o estatuto de observador nas Nações Unidas).
Num ataque violento contra o TPI, o assessor de Donald Trump disse ainda que o seu país imporá duras sanções contra esse organismo caso decida avançar com a investigação a Israel.
«Os Estados Unidos estarão sempre ao lado do seu amigo e aliado, Israel», declarou Bolton, acrescentando que o seu país «não permitirá que o TPI, ou qualquer outra organização, restrinja o direito de Israel à autodefesa», revela a PressTV.
Palestinianos não vão ceder a ameaças
Em resposta à decisão dos EUA de encerrarem a missão diplomática da OLP em Washington, existente desde 1994, o secretário-geral da organização palestiniana, Saeb Erekat, enquadrou a decisão numa «escalada perigosa».
«Reafirmamos que os direitos dos palestinianos não estão à venda e que não vamos ceder a ameaças e actos de intimidação», disse, acrescentando que vão continuar a insistir junto do TPI que «abra uma investigação imediata aos crimes israelitas».
Recorde-se que, em Maio último, a Autoridade Palestiniana solicitou ao TPI a abertura de uma investigação sobre «a expansão de colonatos, espolição de terras, exploração ilegal de recursos naturais, bem como o alvejamento brutal e calculado de manifestantes desarmados, particularmente na Faixa de Gaza».
Numa nota publicada na sua página de Facebook, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) afirma que este passo da administração norte-americana é «mais uma perigosa escalada no ataque dos EUA ao povo palestiniano e aos seus direitos nacionais, que só nos últimos tempos passou, nomeadamente, pela cessação total do financiamento à UNRWA, a agência da ONU de apoio aos refugiados palestinianos, e pelo corte do financiamento destinado aos hospitais palestinianos de Jerusalém».
Sublinha igualmente que a OLP «cortou o contacto com Washington depois de em Dezembro o presidente Donald Trump reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, quebrando décadas de política estado-unidense sobre o assunto e violando as resoluções da ONU».
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