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Venezuela nega ter realizado uma incursão militar na Colômbia

Numa nota de protesto entregue às autoridades da Colômbia, o governo venezuelano afirma que a «falsa acusação» se integra na «estratégia de agressão permanente» contra a Venezuela.

Elementos das Forças Armadas da Venezuela (FANB)
Créditos / FANB

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Venezuela entregou esta terça-feira uma nota oficial de protesto à entidade homóloga da Colômbia, para denunciar «o tendencioso falso positivo» criado a partir de uma suposta incursão das Forças Armadas venezuelanas no seu território, no passado dia 13 de Setembro.

Na sua conta de Twitter, ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, criticou Bogotá por insistir em criar tensões na fronteira comum, algo que – denunciou – faz parte da sua «estratégia de agressão permanente» contra o governo liderado por Nicolás Maduro, informa a Prensa Latina.

A este propósito, o diplomata explicou que o pretexto usado por Bogotá foi uma operação da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) contra o narcotráfico, levada a cabo no dia 13 na ilha de Mantequero, no estado venezuelano do Amazonas.

Na segunda-feira, a Colômbia denunciara que 20 efectivos armados da GNB tinham «incorrido numa violação territorial» na ilha Maipures 3, tendo detido três colombianos. Arreaza repudiou estas acusações e sublinhou que as autoridades do seu país «vão continuar a actuar com eficácia na região fronteiriça para proteger o povo e conter a indústria do narcotráfico», cujas «fases e processos se geram» em território colombiano.

Conspiração permanente contra a Venezuela

Por seu lado, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou ontem que a criação destes «falsos positivos» confirma o interesse do país andino em «justificar uma intervenção militar» no seu país.

«O actual governo da Colômbia vem da extrema-direita uribista, com uma ampla experiência em simulacros parecidos», denunciou Maduro, que pediu às Forças Armadas para permanecerem em alerta.

«Estão comprometidos com a campanha de escalada de agressão contra a Venezuela, são inimigos da paz regional e nacional; devemos entedê-lo de forma clara e serena», disse ainda o chefe de Estado, em alusão à Colômbia.

Estas declarações foram proferidas no âmbito de uma conferência de imprensa para a comunicação social estrangeira, realizada esta terça-feira no Palácio de Miraflores, em Caracas.

Na ocasião, Maduro lembrou o papel dos EUA na «conspiração permanente» para promover o derrube do governo constitucional bolivariano e condenou as ameaças vertidas contra o seu país pelo secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que «não descartou uma agressão militar para derrubar Nicolás Maduro».

As declarações de Almagro foram proferidas na sexta-feira passada, dia 14, em Cúcuta, na Colômbia, junto à fronteira com a Venezuela. Desde então, vários países (como Cuba, Bolívia e Nicarágua), partidos políticos e movimentos sociais têm expressado de forma contínua o seu apoio ao governo venezuelano e o repúdio pelas declarações de Luis Almagro – há muito visto como um peão ao serviço de Washington na região.

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