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Irão retalia responsáveis por atentado em Ahfaz

A base de terroristas em Abu Kamal, em território da província síria de Deir ez-Zor ocupado pelo Daesh e por forças americanas, foi atingido por mísseis terra-terra disparados a partir do Irão.

Momento do disparo, pelo Irão, dos mísseis que, em 1 de Outubro de 2018, atingiram uma base de responsáveis pelo atentado de Ahfaz, no Sudoeste do Irão.
CréditosPressTV

O Corpo de Guardas da Revolução Islâmica (conhecido como Guardas da Revolução Iraniana, Sepah em persa transliterado) anunciou ter retaliado os «responsáveis pelo recente ataque terrorista na cidade de Ahvaz», no Sudoeste do Irão, bombardeando com mísseis balísticos terra-terra «ajuntamentos» terroristas situados «a 570 quilómetros» de distância, numa região «a leste do rio Eufrates» e «perto da cidade de Abu Kamal, junto à fronteira com o Iraque» – em território da província síria de Deir ez-Zor.

Oito mísseis foram disparados pelos Guardas da Revolução, tendo dois caído prematuramente e os restantes atingido os alvos. A Sepah News, agência noticiosa dos Guardas da Revolução, em declaração recolhida pela iraniana PressTV, anunciou que o ataque, «levado a cabo pela Divisão Aeroespacial dos Guardas da revolução, teve lugar na madrugada desta segunda-feira, e «matou e feriu um largo número de terroristas Takfiri» e «responsáveis pelo atentado de 22 de Setembro».

Segundo a mesma fonte, em Abu Kamal, além dos grupos terroristas, «estão também estacionadas forças militares americanas».

O ataque decorreu quatro dias depois de o Brigadeiro Hussein Salami, comandante dos Guardas da Revolução ter prometido «vingança por cada gota de sangue derramada» em Ahvaz e de ter prevenido a Arábia Saudita e os Emiratos Árabes Unidos (EAU) de que a sua interferência nos assuntos de Teerão se enfrentaria com a retaliação do Irão.

O atentado de Ahvaz e os seus responsáveis

Pelo menos 25 pessoas foram mortas e 60 feridas depois de atiradores com fardas militares terem disparado sobre os assistentes a uma parada militar pública em Ahvaz «no início da Semana da Defesa», que comemora os sacrifícios do país durante os oito anos da guerra Irão-Iraque. O ataque que foi simultaneamente reivindicado pelo Daesh e pelo al-Ahwaziya – um grupo árabe anti-iraniano que reclama ter o apoio da Arábia Saudita.


Três atiradores foram abatidos no local pelas forças de segurança iranianas, tendo um quarto sido preso após perseguição e falecido no hospital, em resultado das feridas recebidas. Na sequência das operações desenvolvidas pelos serviços de informações iranianos, o esconderijo dos atacantes foi descoberto e foram feitas 22 prisões, relacionadas com o incidente. Mais tarde, as autoridades divulgaram a identidade dos atacantes mortos e anunciaram que um quinto homem participara no atentado.

O Irão apontou a Arábia Saudita e o seu tradicional aliado, os Emiratos Árabes Unidos (EAU), como responsáveis pelo ataque. Declarações recolhidas pela PressTV, de Abdulkhaleq Abdullah, um conselheiro político do príncipe Mohammed bin Zayed no sentido de que «atacar um alvo militar não é um acto terrorista» e que «transportar a guerra para dentro do Irão é uma opção clara que será aprofundada em próxima fase», tornam quaisquer desmentidos improcedentes. Devido a doença do actual presidente, Khalifa bin Zayed, Mohammed bin Zayed bin Sultan Al-Nahyan é o verdadeiro governante dos EAU.

O líder da Revolução Islâmica, Ayatollah Ali Khamenei, denunciou o «trágico e lamentável» incidente em Ahvaz como uma continuação dos «enredos preparados pelos fantoches dos EUA na região» e apelou aos serviços de informação para que encontrassem rapidamente os cúmplices dos criminosos a fim de serem levados rapidamente a julgamento.

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