Com início às 15h, do Marquês de Pombal aos Restauradores, a CGTP-IN realiza no próximo dia 15 uma manifestação nacional, perante o agravamento das condições de trabalho e face a um País que «continua a ser fustigado pelas desigualdades, com os lucros das grandes empresas a aumentar e a parte salarial a baixar».
Valorizando os avanços já obtidos, ainda que limitados, a CGTP-IN afirma que é necessário dar uma forte resposta de luta aos patrões e ao Governo do PS, de forma a «romper com a legislação laboral de direita», que se reflecte em baixos salários, vínculos precários e horários desregulados.
Uma luta urgente e necessária, tendo em conta que a precariedade, cada vez mais abrangente, atinge mais de 22% dos trabalhadores de todas as idades e que é particularmente grave entre os mais jovens. «Mais de 42% dos jovens com menos de 35 anos têm vínculos precários, sendo as jovens trabalhadoras as principais visadas (mais de 44%), sobretudo as menores de 25 anos (mais de 71% face a 62% entre os jovens trabalhadores da mesma idade)», frisa.
A CGTP-IN reitera como bandeiras reivindicativas para a manifestação o aumento geral dos salários em 2019, em pelo menos 4%, com acréscimo não inferior a 40 euros, e a fixação do salário mínimo nacional em 650 euros. O combate efectivo à precariedade também é afirmado, defendendo que a cada posto de trabalho permanente tem de corresponder um vínculo efectivo.
Na manifestação estarão ainda presentes a defesa da «revogação das normas gravosas da legislação laboral», como a caducidade da contratação colectiva e a reposição do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador, bem como o combate à desregulação dos horários de trabalho.
Nesse sentido, a CGTP-IN relembra a sua oposição à proposta de alteração da lei laboral «do Governo PS, apoiada pelo PSD e CDS-PP, e feita à medida dos interesses dos patrões». Um pacote feito a pretexto do combate à precariedade, mas com medidas que vão no sentido inverso, acabando por legitimá-la e acentuar o seu recurso. É o caso do alargamento do período à experiência de 90 para 180 dias, o alargamento a outros sectores dos contratos de 70 dias e a constituição do banco de horas grupal, que oferece 150 horas às empresas.
Plenários por todo o País apontam grande manifestação em Lisboa
A cada dia que passa, é cada vez maior o número de trabalhadores que, em plenários nos seus locais de trabalho, confirmam a presença na manifestação da CGTP-IN. A estrutura afirma que dezenas milhares de trabalhadores já declararam o seu apoio, inclusive com acções de protesto próprias na capital.
É o caso dos trabalhadores da APAPOL – Aliança Panificadora de Algés, Paço de Arcos e Oeiras – que, aproveitando o clima de luta nacional, vão realizar uma concentração de protesto pela manhã, à porta da sede da empresa, com o intuito de exigir aumentos salariais e o cumprimento da contratação colectiva.
Por sua vez, os trabalhadores do Centro de Atendimento da Fidelidade, em Évora, decidiram que o dia 15 também é dia de greve. Em causa estão as falsas promessas da Newspring, empresa intermediária usada para contratações, com a qual a «Fidelidade desvaloriza salários e retira direitos». Uma situação que denunciam estar evidente nos vários casos de trabalhadores que estão há anos com vínculos precários a receber o salário mínimo nacional.
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