|Palestina

Israel prendeu mais de 900 menores palestinianos em 2018

Israel deteve 908 palestinianos menores de 18 anos desde o início de 2018, segundo informou esta terça-feira a Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP).

Um jovem palestiniano é preso na Cisjordânia, na sequência dos protestos contra a decisão norte-americana sobre Jerusalém
Créditos / palestinalibre.org

Num comunicado emitido hoje, por ocasião do Dia Universal da Criança, a SPP revelou que, dos 908 menores palestinianos presos pelas forças israelitas entre o início de Janeiro e o final de Outubro de 2018, 270 ainda permanecem detidos em várias prisões israelitas.

O organismo de defesa dos presos sublinhou que os menores costumam ser detidos de madrugada nas suas próprias casas e que, muitas vezes, são severamente espancados e ameaçados, de modo a assinarem documentos de confissão auto-inculpatória.

Uma vez presos, é habitual verem ser-lhes negado o direito à educação, bem como as visitas dos familiares e os cuidados médicos, quando deles necessitam, refere o documento, citado pela agência Ma'an.

A SPP destaca ainda o facto de Israel ter promulgado várias leis desde 2015 que têm as crianças palestinianas como alvo, sendo que algumas facilitam a detenção e o julgamento de menores de 14 anos de idade por lançarem pedras contra as forças de ocupação.

Essas normas permitem que Telavive aplique aos menores palestinianos penas de prisão superiores a dez anos de cadeia e mesmo pena perpétua, revela a Ma'an.

Milhares de crianças detidas, feridas, mortas desde 2000

Num relatório publicado em Junho do ano passado, por ocasião do Dia Mundial da Criança, o Ministério palestiniano da Informação revelou que as forças militares israelitas mataram pelo menos 3000 menores desde o ano 2000, com o início da Intifada de Al-Aqsa. Nesse mesmo período, 13 mil crianças palestinianas foram feridas pelos israelitas.

O documento, divulgado pela Ma'an, afirma ainda que cerca de 12 mil crianças palestinianas foram detidas por tropas israelitas em 17 anos e que, na sua grande maioria, foram espancadas ou torturadas durante o período de detenção, permanecendo algemadas e de olhos vendados, e sendo forçadas a assinar uma confissão na ausência de um advogado ou tutor legal.

De acordo com o grupo de defesa dos direitos dos presos Addameer, há actualmente 5580 palestinianos nas cadeias israelitas.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui