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Israel quer endurecer condições dos presos palestinianos

O ministro da Segurança Pública de Israel anunciou esta quarta-feira que pretende impor «restrições severas» aos membros da resistência palestiniana nos cárceres israelitas.

Um jovem palestiniano é preso na Cisjordânia, na sequência dos protestos contra a decisão norte-americana sobre Jerusalém
O ministro israelita da Segurança Pública pretende agravar as condições dos presos palestinianosCréditos / palestinalibre.org

Numa conferência de imprensa em Telavive, Gilad Erdan, ministro da Segurança Pública de Israel, apresentou um plano para agravar as condições dos prisioneiros políticos palestinianos. De acordo com a PressTV, as medidas deverão ser implementadas nas próximas semanas, depois de aprovadas pelo gabinete ministerial israelita.

O plano anunciado envolve o fim da possibilidade de os presos estarem no mesmo espaço e na mesma ala que outros da mesma facção (Hamas ou Fatah), bem como a redução da autonomia dos presos, impedindo-os, por exemplo, de cozinharem para si mesmos.

Entre as medidas apresentadas contam-se ainda a limitação do acesso de presos à televisão, a redução do número de visitas familiares e o racionamento da água, revela a PressTV.

«O plano também inclui impedir que membros do Knesset [Parlamento de Israel] visitem os detidos palestinianos», afirmou Erdan, citado pelo Movimento pelos Direitos dos Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).

O MPPM sublinha que a ameaça não é nova e que visa os deputados da Lista Conjunta, na sua maioria palestinianos cidadãos de Israel, que têm manifestado repetidamente a sua solidariedade com os presos políticos palestinianos.

Qadura Fares, dirigente do Clube dos Prisioneiros Palestinianos (associação de presos e ex-presos políticos palestinianos e suas famílias), minimizou as afirmações do ministro, declarando que se trata de propaganda (Israel vai ter eleições legislativas antecipadas em 9 de Abril).

Já Qadri Abubaker, chefe da Comissão dos Presos Palestinianos, apelou a uma forte posição nacional contra os planos de Erdan, que constituem «uma tentativa de tornar a vida dos presos palestinianos ainda mais insuportável», revela o MPPM.

Por seu lado, a HispanTV lembra que as autoridades israelitas são há muito acusadas, por parte de organizações de defesa dos direitos humanos, da prática de maus-tratos e torturas nos cárceres, e de exercerem uma política de vingança sobre os familiares dos militantes de grupos da resistência palestiniana.

De acordo com os dados da associação de apoio aos presos Addameer, referentes a Dezembro de 2018, há actualmente 5500 presos políticos palestinianos nas cadeias israelitas, 230 dos quais são menores e 41 têm menos de 16 anos. Entre eles, há 480 em regime de detenção administrativa (prisão sem julgamento nem culpa formada por períodos de até seis meses indefinidamente renováveis).

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