A greve geral, convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) e apoiada por outros sindicatos, pelo Partido Comunista e pelo movimento França Insubmissa, contou, nas ruas, com a participação de trabalhadores dos sectores público e privado, de reformados e estudantes, e com muitos membros dos chamados Coletes Amarelos, que há 12 sábados consecutivos se manifestam em França para exigir maior justiça social e fiscal, e denunciar as políticas económicas do governo de Emmanuel Macron.
Esta terça-feira, mais de 300 mil pessoas mobilizaram-se em todo o país, segundo referiu a CGT, cujo secretário-geral, Philippe Martinez, destacou precisamente o elevado nível de adesão conseguido. Só em Paris manifestaram-se mais de 30 mil pessoas, de acordo com os dados da organização sindical, a que a Prensa Latina faz referência.
Martinez destacou igualmente o nível de convergência alcançado nos protestos de ontem – patente nos apoios à jornada de greve – e valorizou a participação dos Coletes Amarelos, um movimento popular com o qual a CGT afirma «ir continuar a trabalhar» e cujas reivindicações, expressas ao longo do tempo, se vieram juntar às da CGT, relativamente aos pensionistas e reformados, aos jovens, aos trabalhadores, aos desempregados.
Entre as exigências ontem apresentadas – para as quais a CGT exige uma resposta imediata ao governo e ao patronato –, contam-se o aumento do salário mínimo, a igualdade salarial entre homens e mulheres, a concretização de uma reforma fiscal, o desenvolvimento dos serviços públicos, o respeito pelas liberdades públicas (incluindo o direito à manifestação).
«Terça-feira de emergência social»
A greve geral de 24 horas fez-se sentir desde as primeiras horas da manhã em empresas, escolas e universidades, e nos transportes. Também se registaram bloqueios de estradas, nalguns casos organizados conjuntamente por activistas sindicais da CGT e por membros dos Coletes Amarelos, refere o Izquierda Diario. Ao longo do dia, ocorreram mais de 160 acções por todo o país, precisa a mesma fonte.
Dirigentes da CGT afirmaram que esta foi a primeira «terça-feira de emergência social», que visou também demonstrar o repúdio pelo «pseudo "grande debate nacional"» promovido pelo presidente francês.
A esta se seguirão outras «terças-feiras», não estando posta de parte, para além disso, a possibilidade de realização de uma nova jornada de acção luta nacional, em meados de Março, que será o momento lato para apresentar «as reivindicações de expressão popular», lê-se numa nota do sindicato.
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