Convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN/CGTP-IN), a paralisação de duas semanas, que teve início a 25 de Março, abrangendo as rodoviárias privadas de passageiros que operam nesta região, termina hoje à meia-noite.
Em declarações à Lusa, citadas pelo O Jogo, José Manuel Silva, coordenador do STRUN, sublinhou que o balanço da jornada de luta não podia ser «mais positivo», pois, ao longo dos 12 dias de greve, a adesão manteve-se «acima dos 80%».
«Já há muitos anos que não se via uma coisa destas. Não me lembro de uma greve com tantos dias e com esta adesão. Há um grande descontentamento», afirmou, tendo acrescentado que, devido às más condições de trabalho, «há até quem esteja a ponderar abandonar a profissão para trabalhar numa fábrica».
Reunidos em plenário esta sexta-feira, em Guimarães, os mais de 200 trabalhadores presentes decidiram, caso se mantenha a intransigência da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (Antrop), avançar com um novo período de greve, de 15 dias, a começar a 6 de Maio.
Os trabalhadores das empresas privadas de transporte de passageiros, representadas pela Antrop, das quais se destacam a Arriva e a Transdev, exigem aumentos salariais num mínimo de 700 euros, face aos baixos salários actualmente praticados.
«Fazendo as contas ao salário do motorista: 645 euros a dividir por 11/12 horas que estão ao serviço acabam por receber menos que um trabalhador que recebe o salário mínimo e trabalha oito horas com uma hora de almoço», referiu José Manuel Silva.
Outras reivindicações passam pelas três horas de intermitências (horas de paragem entre serviços) e o pagamento de oito horas de subsídio de agente único (que visa compensar a acumulação da actividade de motorista e de cobrador bilheteiro).
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