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Palestina: mapa interactivo ilustra décadas de ocupação

Quando passam 52 anos sobre a invasão da Cisjordânia pelo Estado de Israel, a organização de direitos humanos B’Tselem apresentou um mapa interactivo ilustrando o resultado de décadas de ocupação.

Créditos / B’Tselem

A 7 de Junho de 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel concluiu a ocupação da Cisjordânia – de que nunca veria a abdicar. Durante os 52 anos que se lhe sucederam, a expansão de colonatos, o estabelecimento de pontos de controlo militares, o levantamento de muros e barreiras rodeando territórios, a destruição de aldeamentos e a imposição das mais diversas proibições constituíram instrumentos usados pelo Estado de Israel para se apropriar de territórios a expensas dos palestinianos e dos seus direitos.

Para marcar esse aniversário a organização de direitos humanos B’Tselem – Centro de Informação Israelita para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados – revelou esta quarta-feira, dia 5 de Junho, um novo mapa interactivo que ilustra a actividade sistemática de Israel naquele sentido, informa a RT News.

Designado como «Conquistar e Dividir», o mapa interactivo segue o rasto de «como as resoluções governamentais, ordens militares e o planeamento estatal», dadas ao longo dos anos, se juntaram à permanente expansão do sistema de colonatos e pontos de controlos militares, para ajudar as autoridades de Israel a «promover os seus interesses à custa dos direitos dos Palestinianos. O projecto foi desenvolvido com a agência de investigação independente Forensic Architecture, especializada em modelização geográfico-temporal e reconstituição tridimensional de objectos.

O projecto documenta a progressão da expansão de Israel na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza mas também destaca eventos importantes na história da ocupação. Os seus promotores acreditam que o mapa interactivo permite demonstrar de uma forma visualmente expressiva aquilo a que chamam a estratégia «Conquistar e Dividir» – uma miríade de medidas militares, civis, legais e administrativas através das quais Israel destruiu o espaço palestino e dividiu a população palestiniana em dezenas de enclaves desconectados, «mais fáceis de controlar e oprimir», como definiu o director executivo da B'Tselem, Hagai El-Ad, citado pela RT News.

Telavive sempre rejeitou as aquisições de terra como parte de uma ocupação, afirmando ter um direito legal aos territórios. Recentemente a administração de Donald Trump revelou os traços gerais do plano a que chamam «o acordo do século», pretensamente uma proposta de resolução do conflito israelo-palestino, mas na prática uma aceitação definitiva da ocupação israelita da Cisjordânia, rejeitada pela Autoridade Palestiniana.

O visualmente apelativo e detalhado mapa interactivo «Conquistar e Dividir» preparado pela B'Tselem deixa claro que a anexação progressiva da Cisjordânia e de Gaza por Israel, na multiplicidade de medidas que a compõem ao longo dos anos, prossegue uma estratégia pré-determinada cuja legalização se pretende consumar pela aceitação, pelos palestinianos, do «acordo do século» – o que estes e os estados árabes (excepto as petromonarquias) já afirmaram recusar.

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