Num informe publicado esta terça-feira, o Clube dos Prisioneiros Palestinianos (CPP) afirma que 73 presos perderam a vida, desde 1967, depois de serem submetidos a várias formas de tortura por parte dos agentes israelitas que os interrogavam nos centros de detenção.
As autoridades israelitas recorrem a vários métodos de tortura, tanto física como psicológica, contra os presos palestinianos, humilham a sua personalidade e, acima de tudo, pressionam-nos para que assinem confissões arrancadas durante os interrogatórios, diz o relatório do CPP, citado pela agência palestiniana Shehab e noticiado pela PressTV.
O grupo palestiniano de defesa dos direitos humanos sublinha que o conceito de tortura não se limita ao «uso da violência sobre os presos palestinianos durante a detenção e o interrogatório», mas se refere a «todos os tremendos procedimentos que eles enfrentam no interior dos centros de detenção», que passam pelo isolamento, a privação do sono durante interrogatórios que duram até 20 horas, o encarceramento em condições sem o mínimo de condições sanitárias, transferências em condições duras ou a política de negligência médica.
O CPP aponta vários casos recentes de morte por tortura de prisioneiros palestinianos: Arafat Jaradat, que foi morto na prisão de Megiddo, em 2013, cinco dias depois de ter sido detido e após ter sido severamente espancado; Ra'ed al-Ja'bari faleceu depois de ter sido torturado, em 2014, pela unidade israelita conhecida como «Nahshon»; Yassin al-Saradih foi severamente torturado na prisão de Eichel, tendo sido transferido para um hospital israelita, onde faleceu a 20 de Maio do ano passado; em Setembro do mesmo ano, Muhammad Zaghloul al-Khatib al-Rimawi, de 24 anos, morreu pouco depois de ter sido severamente espancado em sua casa, em Beit Rima (Cisjordânia ocupada), por soldados israelitas.
Protesto em Ramallah pela situação de Samer Arbid
Um grupo de manifestantes entrou, esta quarta-feira, no escritório do Comité Internacional da Cruz Vermelha em Ramallah, na Margem Ocidental ocupada, e manteve-se ali durante várias horas em protesto contra a grave condição clínica em que se encontra o preso palestiniano Samer Arbid, «devido a torturas», noticia a agência Xinhua.
Preso no dia 25 de Setembro pelas forças de ocupação israelitas, Samer Arbid, de 44 anos, teve de ser hospitalizado em resultado da brutal tortura a que foi submetido pelo serviço de segurança interno israelita Shin Bet, informou recentemente a Addameer (associação de apoio aos presos).
Arbid é acusado de ser militante da FPLP (Frente Popular para a Libertação da Palestina) e de ter organizado um ataque perto do colonato israelita ilegal de Dolev, na Cisjordânia ocupada, do qual resultou a morte de um colono israelita, em Agosto último.
Uma rádio israelita informou que o Shin Bet recorreu a «medidas extremas e excepcionais» no interrogatório de Arbid, o que é uma outra forma de dizer «tortura».
A Addameer refere que Samer Arbid foi hospitalizado no dia 27, mas que o seu advogado e a sua família só foram notificados no dia seguinte. O advogado, que conseguiu ver Samir por um curto período, informou que ele estava inconsciente, tinha várias costelas partidas e marcas por todo o corpo, e sofria de grave insuficiência renal.
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