A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN) e o seu sindicato do sector ferroviário, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF/CGTP-IN), realizam esta tarde, na estação do Rossio em Lisboa, uma sessão evocativa dos 50 anos das lutas dos ferroviários nos anos de 1969.
Foi há meio século e a luta prolongou-se por mais de um ano, com momentos marcantes e de grande repressão policial – como o «luto ferroviário» em Janeiro de 1969, a manifestação de Agosto nos Restauradores, em Lisboa, ou a greve de uma hora, a 20 de Outubro – que seriam determinantes para a assinatura de um acordo colectivo no mês seguinte.
Em comunicado à imprensa, os sindicalistas afirmam que «foi um ano de intensa luta, no quadro do regime fascista, que foi reprimida pelas polícias e que originou prisões pela PIDE/DGS», acrescentando que a evocação destes momentos é «uma homenagem aos ferroviários – homens e mulheres que não viraram a cara à luta na defesa da melhoria das condições de vida e trabalho».
As reivindicações destes trabalhadores, no final dos anos 60, foram avançadas à margem dos sindicatos com direcções controladas pelo governo, assim que foi anunciada a nomeação de Marcelo Caetano para Presidente do Conselho. Exigiam um aumento salarial de mil escudos, um apoio para a habitação, um horário de oito horas de trabalho, o pagamento de horas extraordinárias a 50% e o subsídio de férias equivalente a um mês de salário.
Esta luta acabou por ser um marco na história sindical dos ferroviários. Por isso, a Fectrans vai assinalar o seu 50.º aniversário nesta sessão evocativa com alguns dos protagonistas de 1969. O objectivo é também mostrar às actuais gerações que, naquela altura, sem liberdade e democracia, houve quem lutasse e se sacrificasse para conseguir melhores condições de trabalho.
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