O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou esta quinta-feira que está disponível para uma segunda volta caso os resultados eleitorais o determinem, apesar de já só faltar contabilizar 1,5% das actas.
«Ganhámos na primeira volta mas se os resultados eleitorais mostrarem que temos que ir a uma segunda, iremos», afirmou Morales numa conferência de imprensa a partir da residência presidencial bolivariana.
Evo Morales, que desde o sufrágio tem vindo a alertar para uma tentativa de golpe de Estado por parte da direita, com apoio internacional, reiterou o convite, designadamente à Organização dos Estados Americanos (OEA), para auditar as eleições de domingo, seguidas de perto por observadores internacionais, designadamente por deputados no Parlamento Europeu.
Apesar de a União Europeia ter recusado o convite das autoridades bolivarianas para integrar o processo de observação internacional, as eleições de 20 de Outubro foram acompanhadas por uma delegação do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia / Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL) do Parlamento Europeu (PE).
Com Sandra Pereira, deputada do PCP no PE e vice-presidente da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-americana, estiveram Manuel Pineda (Izquierda Unida/Partido Comunista de Espanha) e Mick Wallace (Independents 4 Change, Irlanda).
«Não encontrámos quaisquer irregularidades», afirma Sandra Pereira ao AbrilAbril, depois de acompanhar o processo de contagem dos votos num dos postos, em diferentes mesas, em La Paz.
Sandra Pereira esclarece que a contagem dos votos «fez-se sempre» em sessões públicas, com a presença dos membros das mesas, de delegados dos partidos, de observadores internacionais, eleitores e jornalistas.
«O voto era mostrado a todos e assinalado publicamente num quadro, não havendo espaço para qualquer manipulação ou fraude, tratou-se de um processo muito transparente», acrescenta.
À luz dos resultados provisórios, para a eleita «parece claro» que os bolivianos preferem o progresso social e a diminuição das desigualdades que Evo Morales tem trazido à Bolívia. Por outro lado, salienta, «é irresponsável e inaceitável que se criem rumores de fraude e que se incite à violência» pelo facto de os resultados das zonas rurais terem levado mais tempo a ser conhecidos.
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