No seu regresso às iniciativas no Pavilhão Carlos Lopes, o comício que o Partido Comunista Português (PCP) realizou para, com a participação de Jerónimo de Sousa, comemorar os seus 99 anos, serviu também para apresentar o programa de comemoração dos seus 100 anos de história.
Deste vasto programa, anunciado através de um vídeo exibido no comício, para além de um conjunto alargado de iniciativas sobre momentos marcantes da vida do PCP, o destaque principal vai para o «comício do Centenário», a realizar no Campo Pequeno (Lisboa), a 6 de Março do próximo ano, dia em que se assinalam os 100 anos do PCP, a edição do livro «100 anos ao serviço do povo e da pátria, pela democracia e o socialismo» e a produção de um documentário que será apresentado na próxima Festa do Avante!, em Setembro deste ano.
O secretário-geral do PCP, perante um largo número de militantes e simpatizantes comunistas que encheu o Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, afirmou que, «nascido a 6 de Março de 1921, do movimento operário português, por sua própria vontade e decisão», o PCP «nasceu para ser diferente». «Um Partido que cedo foi submetido às mais duras provas. Com apenas cinco anos de vida e em resultado do golpe militar de 28 de Maio de 1926 que abriu o caminho à instauração do fascismo em Portugal, o PCP é proibido, perseguido e forçado a actuar na mais severa clandestinidade».
Referindo-se à actualidade nacional, Jerónimo Sousa destacou o «importante e decisivo contributo» do PCP para «travar o rumo de desastre nacional que vinha sendo imposto, defendendo, repondo e conquistando direitos que foram a verdadeira base do crescimento económico, da criação de emprego e aumentar as receitas fiscais e da Segurança Social», apesar de considerar que o conseguido «é de alcance limitado para a dimensão dos problemas que o País enfrenta».
Sobre o Orçamento de Estado para 2020, o líder comunista valorizou a aprovação de «um conjunto de medidas positivas inseparáveis da iniciativa e do contributo do PCP», considerando no entanto que, «sendo um avanço, não dão cabal resposta aos problemas de fundo do País».
Ainda sobre a situação nacional, o secretário-geral do PCP criticou a opção do Governo «de pôr à frente do investimento público que tanta falta faz, a obsessão pelo défice ou de milhares de milhões de euros desviados para as PPP», uma opção que, na óptica dos comunistas, serve os interesses do grande patronato, nomeadamente na «articulação com tais interesses» para impedir o aumento dos salários e bloquear a contratação colectiva.
Toda uma evolução da situação nacional de que, segundo Jerónimo de Sousa, «o grande capital procura tirar partido, reforçando o seu poder, domínio e influência na sociedade portuguesa, quer aproveitando as vantagens de um Governo comprometido aos seus interesses, quer patrocinando o branqueamento de PSD e CDS, promovendo o Chega e a Iniciativa Liberal e difundindo concepções reaccionárias e anti-democráticas».
Por fim, referindo a situação internacional, o secretário-geral do PCP sublinhou, por um lado, «a espiral agressiva do imperialismo, particularmente do imperialismo norte-americano – acompanhado, apesar de contradições, pela NATO e a União Europeia» e, por outro, a preocupante posição de alinhamento do Governo português «com a estratégia belicista da Administração norte-americana, da NATO e da União Europeia».
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