Numa carta aberta dirigida ao Governo português, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) reclama o reconhecimento, por Portugal, do Estado da Palestina e uma posição firme face à ameaça de anexação de territórios palestinianos da Margem Ocidental do Rio Jordão por parte de Israel.
O documento – subscrito por personalidades da vida pública, cultural e académica, e para o qual o MPPM convida o leitor a dar a sua adesão – afirma que o actual governo de Israel, com o apoio da administração de Donald Trump, foi constituído com o propósito fundamental de «promover a anexação de jure de cerca de 30% dos territórios palestinianos ocupados em 1967, incluindo todo o vale do Rio Jordão e os colonatos instalados contra o direito internacional na Cisjordânia».
«O mundo não pode aceitar que este projecto se concretize, nem pode continuar a assistir passivamente à contínua limpeza étnica do povo palestiniano», sublinha o organismo português, considerando para além disso «imperioso» que Portugal assuma as suas responsabilidades. «Não há espaço para o silêncio ou a ambiguidade, que nos tornaria cúmplices das consequências desta anexação. É hora de agir», frisa.
Neste sentido, os subscritores da carta reclamam do Governo português o reconhecimento imediato do Estado da Palestina nos territórios ocupados por Israel em 1967, com Jerusalém Leste como capital; que reavalie todo o quadro de relacionamento com o Estado de Israel se se concretizar «o anunciado projecto de anexação de jure de território palestiniano»; que use todos os instrumentos políticos e diplomáticos ao seu alcance «no sentido da defesa intransigente» dos direitos do povo palestiniano.
«Não à anexação! Fim aos crimes de Israel!»
Tendo em conta a gravidade da situação na Palestina e a intenção de Israel de anexar vastos territórios da Cisjordânia ocupada, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), a CGTP-IN e o MPPM agendaram para o próximo dia 6 de Julho, às 18h30, na Praça do Martim Moniz, em Lisboa, um acto público de solidariedade com a Palestina.
As entidades promotoras apelam à participação na acção, que visa dizer «não» à anexação e exigir às autoridades portuguesas que dela se demarquem de forma clara e inequívoca.
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