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Intelectuais argentinos pedem Nobel para médicos cubanos

Num apelo divulgado, os intelectuais destacam que a Brigada «Henry Reeve» actua hoje em todo o mundo e trabalha em silêncio levando «cura e alívio a cantos esquecidos».

Uma delegação de mais de 200 médicos, enfermeiros e técnicos de saúde cubanos chegaram ao aeroporto 4 de Fevereiro, em Luanda, Angola, a 10 de Abril de 2020, para ajudar as autoridades locais a enfrentar a doença COVID-19 naquele país africano de expressão portuguesa. Cuba apoia a luta contra a pandemia causada pelo novo coronavírus em pelo menos 15 países no mundo
CréditosEPA/AMPE ROGERIO / LUSA

A Rede de Intelectuais, Artistas e Movimentos Sociais em Defesa da Humanidade pede o Prémio Nobel da Paz para o Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastres e Epidemias Graves, brigada «Henry Reeve», e lembra que, neste contexto global, centenas de médicos dessa ilha caribenha arriscam as suas vidas e oferecem os seus recursos, superando inclusive as suas próprias limitações devido ao bloqueio genocida imposto pelos Estados Unidos da América ao seu país, que se agravou durante a epidemia.

«Ressaltamos também que sua acção desinteressada está nos antípodas de organizações imperialistas como a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) dos Estados Unidos que, [...] abusa dos princípios de solidariedade e democracia que afirma exercer», sublinha a declaração.

«Cuba, uma força de solidariedade, mostra assim, de forma clara e contundente, que outro mundo é possível e que o amor por toda a humanidade pode ser exercido e proporcionado mesmo nas piores condições», comenta o documento assinado, entre outros, pelo cientista político Atilio Borón, a escritora e jornalista Stella Calloni e o economista Guillermo Wierzba.

Para os intelectuais e artistas argentinos, conceder a distinção à Brigada não seria apenas um acto de justiça, mas uma oportunidade de aprimoramento moral para o próprio Instituto Nobel e de resgate do sentido, dos propósitos e do prestígio das distinções.

«Neste ano de 2020, é uma oportunidade histórica de celebrar os melhores impulsos humanistas do nosso mundo, hoje visíveis e cristalizados numa maravilhosa iniciativa de homens e mulheres que arriscam a vida pelo próximo. Excelente e contundente gesto de solidariedade, humanidade e internacionalismo, que merece ser premiado», destacam.

O documento reúne assim mais de 500 vozes e 80 organizações, incluindo a do vencedor do Prémio Nobel Adolfo Pérez Esquivel, que apoiou o documento com este pedido enviado ao Comité do Prémio da Noruega.

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