Em entrevista ao jornal Público, José Luis Arnaut, presidente da ANA-Aeroportos (ANA/Grupo Vinci), afirma ser evidente que a empresa «obviamente precisará de um pacote de ajudas à retoma das infra-estruturas aeroportuárias» e promete que, «a seu tempo», irá negociar com o Governo.
Trata-se de mais uma grande empresa que privatizou os lucros públicos e agora pretende nacionalizar os prejuízos, procurando apoios e dinheiros do Estado.
A ANA arrecadou, só em seis anos e de uma forma crescente, 871,1 milhões de euros de resultados líquidos: 2013 (18,6 milhões de euros); 2014 (50,6); 2015 (101,2); 2016 (168,1); 2017 (248,5) e 2018 (284,1). Números que ajudam a explicar para onde foram as verbas que tanta falta parecem fazer para construir o novo aeroporto de Lisboa.
Entretanto, desde a sua privatização, a ANA promoveu um aumento das taxas aeroportuárias que, no geral, foi rondou os 40%, mas que chegou aos 190% no «valor mínimo pago por aterragem», que passou de 106,64 para 308,89 euros.
Uma empresa com bons resultados que, entre 2012 e 2018, viu crescer o número de movimentos nos aeroportos em 62%, a movimentação de cargas em 32%, e o volume de negócios a aumentar 117%.
Os trabalhadores da ANA, porém, parecem ter passado ao lado do seu êxito, considerando que, no mesmo período, o seu número cresceu apenas 18,7% (de 1077 para 1279), valor que desaparece se se tiver em conta que, em 2018, integrou a ANAM (Madeira), que em 2012 tinha 311 trabalhadores. E que, pelo caminho, houve ainda um despedimento colectivo promovido pela Portway, uma empresa do grupo da ANA.
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