De acordo com informação avançada esta sexta-feira pela fundação, a iniciativa insere-se no âmbito de um programa de comemoração deste romance, que se assinala este mês e que inclui ainda um passeio pelo roteiro, marcado para hoje, bem como uma exposição temporária com materiais relacionados com o livro publicado em 1980.
O portal e a app do Roteiro Literário Levantado do Chão foi apresentado, no dia 30 de Abril, no Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Faria, em Montemor-o-Novo, inserido nas comemorações do 47.º aniversário do 25 de Abril.
A escolha daquela cidade do distrito de Évora para a apresentação inicial deste projecto prende-se com o facto de José Saramago ter vivido na vila do Lavre, situada na fronteira do concelho de Montemor-o-Novo com o de Coruche, durante a escrita da obra.
Levantado do Chão percorre uma zona do Alentejo caracterizada pelo latifúndio, desde o final do século XIX ao período pós-revolução de 25 de Abril de 1974.
Na altura da apresentação, a presidente daquela autarquia, Hortênsia Menino, considerou que este projecto «valoriza a memória e contribui para a construção da identidade do concelho de Montemor-o-Novo, sendo mais uma ferramenta para o desenvolvimento social e económico do território».
A disponibilização do roteiro em formato digital é mais uma etapa na implementação deste projecto, que foi lançado em Fevereiro do ano passado.
Este roteiro interliga os concelhos de Lisboa, Montemor-o-Novo e Évora, através de três percursos temáticos subdivididos em percursos rodoviários e pedestres, e que abrangem 26 pontos de interesse interpretativo sobre aquele que é considerado o «primeiro grande romance» do Nobel português da literatura.
Criado pela Câmara de Montemor-o-Novo em parceria com outras entidades, o roteiro propõe «dar a conhecer os lugares onde os episódios mais marcantes da obra se desenrolam, através de uma contextualização histórica e social» dos temas abordados e que inclui testemunhos sobre mulheres e homens que inspiraram as principais histórias e personagens do enredo.
Caminhos do roteiro
Este percurso, que tem um total de 238 quilómetros rodoviários e oito pedestres, «convida» também a conhecer aspectos biográficos relacionados com a estada de Saramago na localidade de Lavre, concelho de Montemor-o-Novo, em 1976, com o objectivo de se documentar para escrever a obra.
O primeiro percurso, «Os levantados deste chão - A repressão da ditadura no Alentejo», foca-se entre 1933 e 1974, e «aborda os momentos mais violentos da obra, como as prisões, as torturas e os assassinatos» do regime fascista sobre o povo alentejano.
Este itinerário passa por vários sítios de Lisboa, como o Museu do Aljube - Resistência e Liberdade, e de Montemor-o-Novo, como o Posto da GNR, para onde a personagem Germano Vidigal foi levada e acaba por morrer em 1945, «vítima de um cruel e bárbaro assassinato levado a cabo por dois agentes da PIDE», a polícia política da ditadura.
O «Roteiro Literário Levantado do Chão», criado pela Câmara de Montemor-o-Novo, propõe uma viagem pelos lugares do primeiro grande romance do Nobel português José Saramago. A apresentação será esta tarde. O «Roteiro Literário Levantado do Chão» interliga os concelhos de Lisboa, Montemor-o-Novo e Évora, através de três percursos temáticos subdivididos em percursos rodoviários e pedestres, que abrangem 26 pontos de interesse interpretativo sobre a obra publicada há 40 anos, lê-se no guia do roteiro. Criado pela Câmara de Montemor-o-Novo, no distrito de Évora, em parceria com outras entidades, como o Museu do Aljube e a Fundação José Saramago, propõe «dar a conhecer os lugares onde os episódios mais marcantes da obra se desenrolam, através de uma contextualização histórica e social» dos temas abordados e que inclui testemunhos sobre mulheres e homens que inspiraram as principais histórias e personagens do enredo. O roteiro, com um total de 238 quilómetros rodoviários e oito pedestres, também «convida» a conhecer aspectos biográficos relacionados com a estadia de Saramago na localidade de Lavre, concelho de Montemor-o-Novo, em 1976, com o objectivo de se documentar para escrever a obra, que se tornou «o seu primeiro grande romance». O primeiro percurso do roteiro, «Os levantados deste chão – A repressão da ditadura no Alentejo», foca-se entre 1933 e 1974, e «aborda os momentos mais violentos da obra, como as prisões, as torturas e os assassinatos» da ditadura de Salazar sobre o povo alentejano. Este percurso passa por vários sítios de Lisboa, como o Museu do Aljube – Resistência e Liberdade, e de Montemor-o-Novo, como o Posto da GNR, para onde a personagem Germano Vidigal foi levada e acaba por morrer em 1945, «vítima de um cruel e bárbaro assassinato levado a cabo por dois agentes da PIDE», a polícia política da ditadura. O segundo percurso, «A resistência: João Mau-Tempo e a luta do proletariado agrícola alentejano», vai desde o início do século XX até à década de 70, e convida a acompanhar algumas fases daquela luta contada por Saramago a partir da personagem João Mau-Tempo. Este percurso passa por vários sítios dos concelhos de Évora, como a Praça de Touros desta cidade, onde João Mau-Tempo assistiu a um comício anticomunistra em 1937, e de Montemor-o-Novo, como São Geraldo, referida na obra a propósito de um encontro clandestino de trabalhadores rurais e militantes do PCP que decorreu nas proximidades desta aldeia. O terceiro percurso, «José Saramago em Monte Lavre», convida o viajante a refazer os principais caminhos do escritor durante a sua estadia em Lavre e outras visitas que fez pelo concelho de Montemor-o-Novo, em 1976. Através dos três percursos, é possível «juntar os elementos necessários» para que o roteiro «cumpra a função de narrar a obra ao leitor-viajante», lê-se no guia. A partir de «uma obra literária marcante para Montemor-o-Novo», o Município criou o roteiro para valorizar «algumas das partes mais relevantes» da história e da vida e garantir uma «maior atractividade turística» do concelho, explica a presidente do Município, Hortênsia Menino. Simultaneamente, acrescenta, o roteiro visa «valorizar e difundir o património deixado» por Saramago na obra, e «dar expressão significativa à necessária preservação da memória da identidade do povo português e da sua história de resistência e luta». A apresentação do roteiro e o lançamento do respectivo guia, iniciativas que marcam o arranque das comemorações dos 40 anos da publicação de Levantado do Chão e do 6.º Encontro de Leitores de Saramago, vão decorrer esta sexta-feira, a partir das 18h, na Biblioteca Municipal de Montemor-o-Novo. Amanhã, dia em que se assinala exactamente o aniversário da publicação da obra (22 de Fevereiro de 1980), será inaugurado o roteiro, com a realização de um dos percursos, em Montemor-o-Novo, a partir das 9h. Até 23 de Fevereiro, na Biblioteca Municipal, haverá conferências, leituras encenadas e uma feira do livro, entre outras actividades. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Cultura|
Roteiro literário revela lugares de «Levantado do Chão»
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O segundo caminho proposto, «A resistência: João Mau-Tempo e a luta do proletariado agrícola alentejano», vai desde os primeiros anos até à década de 70 do século XX, e convida a acompanhar algumas fases daquela luta contada por Saramago a partir da personagem João Mau-Tempo.
Este percurso passa por vários sítios dos concelhos de Évora, como a Praça de Touros desta cidade, onde João Mau-Tempo assistiu a um comício anticomunista em 1937, e de Montemor-o-Novo, como São Geraldo, referida na obra a propósito de um encontro clandestino de trabalhadores rurais e militantes do PCP, que decorreu nas proximidades desta aldeia.
Na terceira parte do roteiro, «José Saramago em Monte Lavre», o viajante é convidado a refazer os principais caminhos do escritor durante a sua estada em Lavre, e outras visitas que fez pelo concelho de Montemor-o-Novo, em 1976. Este percurso passa por sítios como a Cooperativa de Consumo Vento de Leste, onde Saramago dormiu, e a casa da família Besuga, onde comia.
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