De acordo com as imagens divulgadas pela TV estatal e as informações difundidas pela agência SANA, dezenas de habitantes de Farfara, no Nordeste da Síria, impediram que uma coluna de quatro viaturas militares norte-americanas atravessasse a sua aldeia, na terça-feira.
Entre gritos, empurrões e pedradas, os aldeões obrigaram a coluna militar dos ocupantes a fazer marcha atrás. De acordo com a SANA, a coluna era acompanhada por uma viatura das chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS), milícias maioritariamente curdas apoiadas pelos EUA.
A ocorrência evidencia a revolta crescente com a presença militar ilegal norte-americana na província síria de Hasaka, havendo vários casos documentados nos últimos meses de ataques a caravanas militares, bem como de incidentes quando da sua passagem pelas aldeias.
As tribos e clãs da Síria afirmaram em diversas ocasiões a rejeição da presença de tropas de Washington no território e anunciaram a criação de uma força que tem por missão apoiar o Exército Árabe Sírio na luta contra o terrorismo e na expulsão dos ocupantes e seus mercenários.
A ocupação e o saque continuam
Esta quinta-feira, uma caravana formada por 55 veículos, carregada com munições e material logístico, entrou na província de Hasaka a partir do Iraque pela passagem fronteiriça ilegal de al-Walid, dirigindo-se em seguida para as bases que os EUA têm na região, informou a agência SANA.
O mesmo ocorreu no passado dia 14, com uma caravana de 33 viaturas a entrar na Síria pelo mesmo local. Nos últimos meses, refere a agência estatal, milhares de camiões dos EUA carregados com armamento, munições e material logístico entraram no país para reforçar a presença militar na região da al-Jazirah e saquear, em conluio com as milícias das FDS, os recursos naturais, nomeadamente o petróleo e o trigo.
Esta terça-feira, fontes locais, na região de al-Yarubiya, indicaram à SANA que 32 viaturas militares carregadas com trigo, escoltadas por veículos dos mercenários curdos ao serviço de Washington, saíram da Síria com destino ao Iraque.
O roubo deste cereal por parte das forças norte-americanas tem sido denunciado pelas autoridades sírias, que se viram obrigadas a importar trigo num contexto de dificuldades acrescidas associadas ao bloqueio económico e às sanções impostos pelos EUA e a União Europeia.
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