Os manifestantes seguiram pelas ruas do centro da capital espanhola mostrando bandeiras nacionais, faixas e cartazes em que se lia «SOS Colômbia», «Estão-nos a matar» e «Colômbia pela paz e a unidade».
No passado dia 9 de Setembro, Dia Nacional dos Direitos Humanos na Colômbia, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) revelou que, desde a assinatura do acordo de paz, em Novembro de 2016, 1230 dirigentes sociais foram assassinados no país andino.
O presidente da Colômbia estará na próxima quinta-feira em Madrid para participar na 80.ª Feira do Livro de Madrid e prevê-se que mantenha encontros com o rei espanhol e o primeiro-ministro, Pedro Sánchez.
«Duque, fora da Feira do Livro» e «Paz justa agora, governo de fome e repressão» foram algumas das palavras de ordem afirmadas na mobilização pelos manifestantes, que exigiram a Madrid que retire o convite endereçado a Duque, acusando-o de violar os direitos humanos e de ser chefe de um «governo genocida», informa a Prensa Latina.
A iniciativa foi organizada pelos colectivos Resistencia Madrid-Colombia e Por la Vida, Paz y Justicia, tendo à frente o jornalista e produtor colombiano Daniel Mendoza.
A Colômbia é o país convidado desta edição da Feira do Livro de Madrid, e o facto está rodeado de polémicas, nomeadamente porque, segundo denunciaram os manifestantes, o governo do país sul-americano vai usar a feira para «tentar convencer os incautos de que a democracia na Colômbia goza de boa saúde», indica a TeleSur.
Só escritores «neutrais»
Outra acusação feita ao governo de Duque é a de que excluiu da delegação colombiana os «mais notáveis escritores do momento», por razões de natureza política.
Piedad Bonnett, Laura Restrepo, William Ospina, Héctor Abad Faciolince, Pablo Montoya, Fernando Vallejo e Santiago Gamboa, bem como autores mais recentes, ficaram fora da lista de seleccionados para representar o país em Madrid, o que desencadeou a polémica.
As declarações do embaixador colombiano em Espanha, Luis Guillermo Plata, de acordo com as quais o país apenas apresentaria escritores «neutrais», foram alvo de fortes críticas.
Por seu lado, o autor Tomás González foi convidado a participar na Feira de Madrid e recusou o convite, tendo considerado que deixar de lado autores como Piedad Bonnett, Laura Restrepo, William Ospina, Héctor Abad, Pablo Montoya, Fernando Vallejo e Santiago Gamboa «é procurar negar por razões políticas, e de uma forma bastante estúpida, a literatura colombiana actual».
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