Ao debate promovido pela TSF, Renascença e Antena 1 faltaram os líderes do PSD e do Chega, que alegaram agenda de campanha. Perante os restantes seis candidatos, o actual primeiro-ministro e candidato do PS às legislativas de 30 de Janeiro, insistiu na ideia de que só através de uma maioria absoluta seria possível uma governação «certa e segura», acenando com a figura do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa para controlar essa maioria.
João Oliveira, que substituiu Jerónimo de Sousa, afirmou que «é o povo que decide» e que «não vale a pena, como alguns tentam fazer, tentar gizar a régua e esquadro o que vai acontecer depois de dia 30». Mas não sem antes pedir uma clarificação a António Costa: «O PS recusa convergência com a CDU para dar resposta aos problemas dos portugueses?»
O actual primeiro-ministro não respondeu, mas a ideia da maioria absoluta foi recusada pelas restantes forças políticas. «As pessoas têm má memória de maiorias absolutas e lembram-se da EDP e da saúde privada», disse Catarina Martins, coordenadora do BE.
Já quanto à falta de respostas para os problemas que o País vive, como a valorização dos trabalhadores da Administração Pública, e que levou ao chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022, João Oliveira ironizou ao dizer que «dificilmente o PS apresentará as mesmas soluções», tendo em conta que, depois das eleições, os problemas têm de ser encarados de outra forma.
Questionados sobre a necessidade de uma revisão constitucional para a adaptar a um cenário de emergência sanitária, a porta-voz do PAN foi a única a mostrar-se favorável, «não apenas pelas questões sanitárias, mas sobretudo pela questão do clima e pela questão animal». Catarina Martins considerou que ela não é necessária, tendo o líder do CDS-PP admitido igualmente que «não há razões imperiosas para [uma] revisão constitucional». Também João Oliveira considerou que a «forma massiva» como os portugueses aderiram às regras para protecção durante a pandemia torna desnecessária a discussão sobre uma lei de emergência sanitária e uma revisão constitucional. Tendo salientado, no entanto, que, para responderem a situações de calamidade, os portugueses precisam de condições adequadas, como os serviços públicos de transporte.
Os problemas dos professores e da Educação estiveram também em debate, designadamente por João Cotrim Figueiredo, que recuperou o chavão da «igualdade de oportunidades» para falar das propostas da Iniciativa Liberal nesta matéria. Pelo Livre, Rui Tavares defendeu a necessidade de «integrar as creches numa rede de escola pública» e «dignificar a profissão de professor». Francisco Rodrigues dos Santos adiantou a proposta de custear a deslocação de professores, mas foi interrompido por João Oliveira, que aproveitou para lembrar a proposta referente à vinculação de professores que o CDS-PP não acompanhou.
Recorde-se que a Federação Nacional de Professores (Fenprof/CGTP-IN) foi uma das entidades que apontaram críticas à proposta de Orçamento para 2022, que mantinha a Educação abaixo dos 4% do produto interno bruto (PIB) e onde não constavam referências à classe docente.
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