Nas últimas semanas registaram-se vários casos de «abuso sexual» no país austral, sendo um deles o de uma jovem violada por um grupo de homens num bairro do centro da capital, no fim-de-semana passado.
Perante a situação, Sylvia Lovesio, responsável do Ministério Público para Crimes Sexuais, afirmou que estes casos não constituem uma prioridade em termos de políticas públicas e que as mulheres não estão seguras no Uruguai.
A Red Contra la Violencia Sexual, que reúne cerca de 30 organizações, reagiu a estes casos reclamando que «se ensine perspectiva de género» e sublinhando que, na ocorrência destas situações, se culpa a vítima feminina, refere a Prensa Latina.
Também a central sindical PIT-CNT repudiou, em comunicado, «os aberrantes factos ocorridos», tendo exigido que se faça justiça e apelado ao reforço da «luta por uma sociedade sem machismo» e «com igualdade de direitos».
Esta sexta-feira, milhares de pessoas – maioritariamente mulheres – responderam à convocatória de diversas organizações sociais e manifestaram-se em Montevideu, havendo ainda mobilizações convocadas em mais 50 lugares do país, contra a «cultura de violação».
Na capital, realizou-se a maior marcha, com os manifestantes a repudiarem a «violência sexual» e a exigirem medidas urgentes para a travar no país sul-americano, indica a TeleSur [pequeno vídeo, na conta de Twitter de @mateoteleSUR].
Durante a marcha foi lido um documento em que se denunciou a «cultura da violação» no Uruguai.
«Deparamos todos os dias com discursos que remetem para o medo, o silêncio, a dúvida», afirmaram, tendo pedido ao Estado que promova acções para proteger as mulheres e que fomente «uma maior educação sexual».
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui