Esta manhã, uma delegação do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) e da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas e Eléctricas (Fiequimetal), ambos afectos à CGTP-IN, entregaram uma carta aberta à administração do Grupo AdP, mas não obtiveram as respostas que permitiriam cancelar a acção de luta agendada para dia 30.
Na base do protesto está o recuo da comissão negociadora da empresa, que, «de forma inaceitável e revelador de má-fé negocial, retirou a proposta que estava a ser negociada», revelam as estruturas sindicais numa nota à imprensa.
O processo de revisão do Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) teve início este ano, após diversas acções de luta dos trabalhadores do Grupo AdP, que, desde 2018, aguardavam o compromisso assumido pelo Conselho de Administração relativamente à Acta de Entendimento assinada com o STAL e a Fiequimetal, quanto à urgência das negociações sobre a tabela salarial e a estrutura de carreiras.
Segundo o comunicado, no início deste ano a comissão negociadora da AdP apresentou uma proposta de actualização salarial e de outras matérias , embora se mantivesse distante das reivindicações dos trabalhadores, confrontados com anos de perda de poder de compra e «tarefas profissionais exigentes, excessiva carga horária e equipas cada vez mais reduzidas». Realidade que contrasta com os «chorudos» lucros que o grupo tem acumulado ao longo da última década.
No dia 9 de Junho, data da última reunião, a AdP «deu "o dito por não dito" e informou que retirava a sua proposta», numa atitude «reveladora da pouca consideração que tem para com os seus trabalhadores e os problemas e dificuldades com que estes se debatem há muito», agravados no quadro da actual crise social e económica.
STAL e Fiequimetal reforçam que o aumento geral dos salários «não é um "favor" ou caridade da empresa» para com os trabalhadores, sem os quais não seria possível alcançar os mais de 415 milhões de euros de lucros, angariados pelo grupo entre 2018 e 2021.
Neste sentido, as estruturas sindicais defendem que cabe ao Conselho de Administração resolver os problemas dos trabalhadores, e que a paralisação desta quinta-feira é da «inteira responsabilidade» da empresa.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui