Não é a primeira vez que o histórico co-fundador dos Pink Floyd está envolvido num flagrante caso de censura. No ano passado o AbrilAbril noticiou que Roger Waters tinha sido alvo de censura na Polónia com o poder político a agir de forma determinante para tal. Na altura o artista tinha dois concertos marcados para este ano na cidade de Cracóvia e por acção de Lukasz Wantuch, um dos autarcas, que pediu uma reunião para classificar o artista de «persona non grata», as actuações foram canceladas.
A acção de Lukasz Wantuch devia-se à posição de Roger Waters que considera que a guerra na Ucrânia é consequência de um processo de instigação por parte do Ocidente. O autarca teve então o apoio do partido de extrema-deireita polaco Lei e Justiça (PiS), que no quadro do Parlamanto Europeu estão na mesma família que os Irmãos de Itália, o Vox ou o Partido dos Democratas Suecos.
Desta vez, Roger Waters é censurado na Alemanha só que pelas suas posições críticas relativamente a Israel. De acordo com o jornal “Frankfurter Allgemeine”, aos olhos dos governos locais de Frankfurt, a posição de Roger Waters é considerada antissemita uma vez que este defende o boicote a Israel dado o massacre praticado ao povo palestiniano.
A questão não se ficou somente por uma crítica política. A autoridade política da cidade de Frankfurt detém 60% da participação social da sala de espetáculo onde Waters iria actuar e o Estado de Hesse detém 40%. Desta forma criou-se as condições para cancelar o concerto e limitar a liberdade política e de expressão.
A questão de Israel e a premeditada acusação de antissemitismo não é caso único na política europeia. Recentemente os apoiantes da causa palestiniana foram purgados do Partido Trabalhista britânico, tendo expulsado o realizador Ken Loach do partido e suspendido o ex-lider Jeremy Corbyn.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui