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Trabalhadores da função pública vão continuar a perder poder de compra

O Governo vinha afirmando que as medidas seriam apresentadas primeiro aos sindicatos, mas hoje anunciou um aumento de 1%. Frente Comum alerta para empobrecimento e assume continuar a luta.

CréditosJoão Relvas / Agência Lusa

É «poucochinho», ainda assim, o Governo «só apresenta estas medidas» devido às acções de luta que os trabalhadores têm vindo a desenvolver,  admitiu Alcides Teles da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (Frente Comum/CGTP-IN), à RTP. O dirigente recorda a greve da passada sexta-feira e a manifestação nacional que a CGTP-IN levou a cabo no dia seguinte em Lisboa, com mais de 100 mil pessoas, e as reivindicações que as medidas hoje apresentadas pelo Governo não satisfazem. 

Na conferência de imprensa conjunta com os ministros do Trabalho e das Finanças, a ministra da Presidência realçou que os trabalhadores da Administração Pública vão ter «um aumento na ordem dos 4,3%», juntando os 15% de aumento do subsídio de refeição ao 1% de actualização salarial. Sucede que o subsídio de refeição não é salário, por outro lado, tendo em conta a taxa de inflação observada em 2022 (7,8%) e a prevista para este ano (5,4%), continua a haver uma diferença que desvaloriza os salários da Administração Pública. 

Estes trabalhadores «perderam salário em 2022, vão perder salário em 2023 e temos aqui um remendo», apesar de, salientou Alcides Telles, o Governo ter «mais do que condições e verba, como ficou visto hoje, para fazer uma actualização justa» e valorizar os salários. 

O dirigente sindical critica a «desvalorização» da negociação colectiva por parte do Governo, que primeiro disse que ia esperar para apresentar primeiro as medidas aos sindicatos, na próxima quarta-feira, e hoje as tornou públicas. Entretanto, admite que a Frente Comum não vai desistir de lutar pela reivindicação de mais 100 euros de aumento para cada trabalhador.

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