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Paula Rego homenageada por revista científica 

A pintora Paula Rego (1935-2022) vai ser homenageada pela revista científica Faces de Eva, que a destaca no próximo número, e promove uma conversa sobre a vida e obra da artista, na quarta-feira.

CréditosJosé Coelho / Agência Lusa

A arte como transfiguração da realidade é o tema central da edição n.º 48 da revista da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que será lançada na quarta-feira, pelas 18h, no Museu Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, num encontro de entrada livre e aberto ao público.

Um ano após o desaparecimento da pintora, uma das mais destacadas criadoras portuguesas a nível internacional, a direcção da revista decidiu prestar-lhe homenagem e realizar um «encontro de reconhecimento e gratidão pela arte e pela vida multifacetada de Paula Rego», explica, num texto sobre a nova edição.

A directora de Faces de Eva. Estudos sobre a Mulher justifica a escolha pela luta da artista quanto aos direitos das mulheres. «Paula Rego denuncia a submissão das mulheres, mas também reclama o seu direito ao corpo, à autonomia, à vida e à sexualidade, razão pela qual tantas mulheres lhe estão reconhecidas», sublinha a investigadora Isabel Henriques de Jesus. Nesse contexto, a direcção da revista As Faces de Eva «associa-se a esse sentimento de gratidão, e perpetua a sua memória através da presente edição».

Publicação científica semestral, a revista As Faces de Eva. Estudos sobre a Mulher foi lançada em 1999, pelo Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (CICS-NOVA).

A sessão de apresentação do novo número acolherá uma conversa em torno da vida e obra da pintora, com a coordenadora da programação e conservação do Museu Casa das Histórias Paula Rego, Catarina Alfaro, e a escritora Anabela Mota Ribeiro, autora do livro Paula Rego por Paula Rego, publicado em 2016.

Maria Paula Figueiroa Rego, mais conhecida por Paula Rego, estudou nos anos 1960 na Slade School of Art, em Londres, onde se radicou definitivamente a partir da década de 1970, mas com visitas regulares a Portugal, onde, em 2009, foi inaugurado um museu que acolhe parte da sua obra, a Casa das Histórias, em Cascais.

Embora vivesse no estrangeiro, Paula Rego manteve-se atenta à situação social e política do nosso país, tendo demonstrado o seu descontentamento com o resultado do primeiro referendo ao aborto, em 1997, com a obra Aborto (1997-1999), que se tornou uma das mais citadas, a par de O Crime do Padre Amaro, S. Vomiting the PátriaO Cadete e a Irmã, entre outras.


Com agência Lusa

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