Mesmo nos ambientes mais adversos há sempre quem lute. Nos Estados Unidos, no centro do imperialismo e das agressões, uma coligação de mais de 100 grupos de direitos civis, líderes religiosos e políticos, considerando inaceitável o bloqueio imposto a Cuba, juntaram-se para agir.
A acção dos grupos passou pelo envio de uma carta ao senador Ben Cardin, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. No documento pode ler-se que «o embargo económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA a Cuba - designado por alguns como um bloqueio devido aos seus efeitos sobre terceiros - está em vigor há mais de sessenta anos. Durante esse tempo, o seu principal efeito tem sido o sofrimento em massa do povo cubano».
Os 100 grupos da região de Maryland sabem que a política dos EUA em relação a Cuba não está exclusivamente nas mãos de Cardin, mas avaliam que este foi um dos principais responsáveis pela aproximação entre os dois Estados durante a administração Obama.
Para os signatários da carta, dada a situação económica em Cuba, torna-se urgente levantar o embargo, já que todas as sanções americanas, mas em especial a inclusão do Estado cubano na lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo, dificulta o comércio entre países terceiros e a ilha e o acesso ao sistema financeiro internacional.
A iniciativa parte da identificação de uma janela de oportunidade, uma vez que Cardin substituiu o Senador Bob Menéndez, um ávido defensor do bloqueio, mas que foi forçado a abandonar o cargo de presidente devido a alegações de corrupção e a uma série de acusações federais relacionadas com o assunto.
É provável que a janela de oportunidade se feche no final deste Congresso, uma vez que os Democratas enfrentam uma batalha difícil para manter o controlo do Senado e os Republicanos estão, no seu conjunto, mais alinhados com uma política de pressão máxima sobre Cuba.
Os grupos não apoiam totalmente a política cubana, no entanto assumem que o embargo é o principal culpado pela privação a que o povo cubano está sujeito. «Estamos unidos na nossa oposição a medidas que, durante mais de meio século, só resultaram em sofrimento generalizado. Como comunidades religiosas que se opõem moralmente ao uso da guerra económica contra os nossos irmãos cubanos; como grupos da diáspora preocupados com a deslocação de pessoas das suas casas; como humanitários, académicos, activistas e defensores dos direitos humanos; dizemos inequivocamente que é tempo de acabar com o embargo a Cuba», pode ler-se na conclusão da carta.
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