«Um espectáculo é como uma camélia branca que ao desabrochar começa a oxidar-se. Essa oxidação da camélia talvez seja a matéria sobre e com a qual se constrói uma ponte com o passado de lápis azul e luzes vermelhas, e assim indagar sobre o que não chegou a ser, naquela primavera mecânica de 1969», lê-se na apresentação do trabalho que recebeu recentemente o prémio FATAL Cidade de Lisboa.
Castelao e a sua época foi a camélia censurada em 1969, em plena crise académica. Da sua oxidação nasce o novo espectáculo do CITAC. Processo 8868 «resulta da indagação sobre o que foi, o que poderia ter sido e o que nunca será como resultado de uma actualidade avassaladora».
Nos 50 anos do 25 de Abril, e porque não há presente sem passado, o trabalho recorda o processo de construção do espectáculo Castelao e a sua época, evocando a memória de Ricard Salvat, encenador catalão que há mais de 50 anos trabalhou com o CITAC, a «incomensurável» presença do artista e intelectual galego Castelao e a coragem de todos os citaquianos que lutaram pela sua expressão e valor artístico.
O Teatro da Cerca de São Bernardo apresenta Processo 8868, amanhã e no domingo, 16 de Junho, sempre às 21h30.
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