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Na Casa de Nariño há agora uma Sala Gabriel García Márquez

Na sede da Presidência da Colômbia, em Bogotá, foi inaugurada esta semana a Sala Gabriel García Márquez, dedicada ao Nobel da Literatura, onde se pode apreciar fotos e algumas edições das obras do escritor.

Gustavo Petro e o filho mais novo do escritor, Gonzalo García Barcha, na inauguração da Sala Créditos / presidencia.gov.co

O espaço, localizado no primeiro andar do edifício e acessível ao público em geral, foi inaugurado esta semana pelo presidente colombiano, Gustavo Petro, e pelo filho mais novo do escritor, Gonzalo García Barcha.

«É uma sala de homenagem ao que consideramos o colombiano mais importante que deu a história deste país, que se chama Gabriel García Márquez», afirmou na ocasião Juan David Correa, ministro das Culturas, das Artes e dos Saberes, citado pelo portal da Presidência.

A Sala Gabriel García Márquez está pronta a receber o público, depois de quatro meses de trabalho, sendo a primeira vez que se dedica a uma pessoa do âmbito das artes e das letras um espaço no interior do Palácio Presidencial.

«Sei que o presidente é um grande admirador da figura do Gabo e agradecemos-lhe profundamente por contribuir para o seu legado e a sua memória», declarou Gonzalo García.

Sala Gabriel García Márquez, no Palácio Presidencial, em Bogotá / presidencia.gov.co

Sobre a exposição permanente instalada na Sala, a nota da Presidência refere que inclui fotografias do autor em diversos momentos marcantes da sua vida, incluindo uma da sua casa familiar, em Aracataca (departamento de Magdalena, Noroeste da Colômbia), em que se apreciam dois retratos de pessoas que marcaram a vida literária e pessoal do escritor: a sua avó e a sua bisavó.

A Sala – acrescenta a fonte – conta com uma linha de tempo na qual se narra a biografia de García Márquez, passando pela infância, os anos da escola, o exílio no México, o seu trabalho como repórter na imprensa do país e o momento em que recebeu o maior galardão literário, em Estocolmo (Suécia).

No espaço, também se exibem vinte edições de Cem Anos de Solidão, porventura a sua obra mais emblemática; um retrato do Gabo doado pelo artista indígena Carlos Jacanamijoy e registos áudio de leituras da obra pela voz do próprio autor.

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A 40 anos do Nobel, García Márquez homenageado na Feira do Livro de Havana

Quando passam 40 anos da entrega do Prémio Nobel da Literatura a Gabriel García Márquez, as Ediciones Icaic realizam um colóquio e apresentam obras dedicadas ao destacado escritor colombiano.

Gabriel García Márquez na cerimónia de recepção do Prémio Nobel da Literatura, a 10 de Dezembro de 1982  
Créditos / Centro Gabo

Com o colóquio «El Gabo en Cuba» e a apresentação dos livros El cine según García Márquez, de Joel del Río, e Los amores contrariados. García Márquez y el cine, da costa-riquenha María Lourdes Cortés, ambos da Ediciones Icaic, o Instituto Cubano da Arte e Indústria Cinematográficos (Icaic) pretende homenagear a vida e a obra do autor de Cem Anos de Solidão e de O Amor nos Tempos da Cólera.

Segundo informa o Icaic, o colóquio terá lugar no dia 11 de Fevereiro, às 11h, integrado no contexto mais amplo da 31.ª Feira Internacional do Livro de Havana, que decorre de 9 a 19 deste mês, no Parque Histórico Militar San Carlos de la Cabaña e no Centro Histórico da cidade.

Organizado conjuntamente com a Fundação do Novo Cinema Latino-americano (FNCL), o colóquio dedicado à vida e obra de García Márquez será também ocasião para apresentar dois títulos relacionados com o Gabo – como também é conhecido – e o cinema.

Reverenciado por milhões de leitores graças às obras referidas e a muitas outras, como Ninguém Escreve ao Coronel, O Outono do Patriarca ou Crónica de uma Morte Anunciada, o prolífico autor colombiano também deixou a sua marca como guionista, crítico e dinamizador da FNCL.

Além disso, recorda a entidade, os seus textos serviram de inspiração para diversas criações audiovisuais, como En este pueblo no hay ladrones, do mexicano Alberto Isaac (1965), La viuda de Montiel, do chileno Miguel Littín (1979), Eréndira, do luso-brasileiro Ruy Guerra (1983) e Crónica de uma Morte Anunciada, do italiano Francesco Rosi (1987). 

Ainda Un señor muy viejo con unas alas enormes, do argentino Fernando Birri (1988), El coronel no tiene quien le escriba, do mexicano Arturo Riptsein (1999), Del amor y otros demónios, da costa-riquenha Hilda Hidalgo (2009) e O Amor nos Tempos da Cólera, do britânico Mike Newell (2007).

Cartaz do Icaic com as actividades dedicadas a Gabo na Feira Internacional do Livro de Havana 2023 / Granma

Num encontro literário que irá decorrer sob a premissa de José Martí «Ler é crescer» e que tem como tema central a «leitura inclusiva», as Ediciones Icaic irão ainda lançar quatro novidades e apresentar 38 E-books e 10 audiolivros do seu catálogo de publicações electrónicas.

Desta forma, as edições do Instituto Cubano da Arte e Indústria Cinematográficos estão em linha com os objectivos da feira, que este ano «abordará o impacto cultural de novos formatos para a leitura, que representam na actualidade uma revolução editorial, só comparável à invenção da imprensa», segundo refere no seu portal.

A Colômbia é o país convidado de honra de um evento que também irá homenagear a escritora Fina García Marruz e o cientista Antonio Núñez Jiménez no centenário de ambos.

Também em destaque nesta FILH 2023 estarão a vida e a obra da bibliógrafa Araceli García Carranza Bassetti e do escritor Julio Travieso Serrano, ambos cubanos.

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Também se mostra na Sala um fac-símile de alguns artigos de García Márquez no diário El Espectador, e uma cópia do primeiro exemplar da revista Alternativa, «primeira publicação de ampla difusão de esquerda no país», que García Márquez co-dirigiu.

O ministro das Culturas, Juan David Correa sublinhou que o facto de o Gabo estar ali, num «lugar central», é uma «mensagem muito importante para o país».

Sobre o escritor, disse: «Um homem que de alguma forma abriu o imaginário deste país, visitando as guerras civis, a Guerra dos Mil Dias, o Massacre das Bananeiras, através da literatura, criando um universo que é já mundial.»

De acordo com a fonte, parte do espólio agora em exposição na Sala constitui um empréstimo do Museu Nacional.

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