Navios eléctricos da Transtejo carregados com geradores a gasóleo

Os navios eléctricos comprados para a Transtejo estão a ser carregados com geradores a gasóleo, alugados. De recordar que, em 2020, foi lançado um concurso para aquisição de dez novos navios para a Transtejo, mas só um estava equipado com baterias, o que obrigou a um novo concurso para a aquisição de nove baterias de armazenamento de energia, para equipar os restantes navios. 

O calendário de entrada ao serviço destes navios apontava para quatro em 2020, três em 2021 e os restantes três em 2022. Entretanto, ainda nenhum entrou ao serviço. 

Esta situação levou o Grupo Parlamentar do PCP a solicitar esclarecimentos ao Ministério do Ambiente e Energia, nomeadamente sobre os dois geradores alugados, procurando saber o tipo de contrato realizado, por quanto tempo e o respectivo custo mensal. Mas também para obter explicações «para a forma como os pontos de carga foram contratados e estão a ser instalados», dado que «na base operacional da frota da Transtejo é preciso recorrer a geradores para carregar as baterias dos navios». Por outro lado, os comunistas pretendem ainda saber por que motivo não se concretizou «a entrada em operação dos navios», e para quando se prevê a sua utilização, no sentido de «reforçar a oferta de transporte fluvial
no Tejo».

Em Março do ano passado, o AbrilAbril noticiava que «o Tribunal de Contas recusou o visto ao contrato de compra das 9 baterias em falta para os 10 barcos que a Transtejo comprou», ao mesmo tempo que enviou o processo para o Ministério Público. As baterias têm uma validade de sete anos, e os barcos uma esperança de vida mínima de 21, o que aponta para a necessidade de 29 baterias. 

No requerimento enviado ao Ministério do Ambiente e Energia, o PCP lembra que sempre considerou «precipitada e arriscada» a opção do Governo, imposta à Transtejo, da «compra de navios com motores eléctricos e baterias», com a agravante de ter desviado trabalho de um estaleiro nacional para Espanha.