Morreu João Paulo Guerra

João Paulo Guerra, na sua carreira de jornalista, trabalhou na rádio, onde foi, repórter, redactor e locutor, nomeadamente na Rádio Renascença, no antigo Rádio Clube Português, na Telefonia de Lisboa (projecto que ajudou a fundar), na TSF e na emissora pública (Emissora Nacional e, mais tarde Antena Um), tendo exercido o cargo de Provedor do Ouvinte da Rádio e Televisão de Portugal (RTP), entre 2017 e 2021.

Na imprensa, foi chefe de redacção do Notícias da Amadora, redactor e chefe de redacção de O Diário, e editor no O Jogo e no Diário Económico. Colaborou, além disso, com, entre outros, o Diário de Lisboa, A Capital, o Público, O Jornal e o Diário Económico.

Na televisão colaborou com a SIC e a SIC-Notícias como guionista e repórter. É autor do guião de Angola – 40 anos de Guerra, classificado em primeiro lugar pelo ICAM na modalidade de documentário (2002). Animou o blogue Diz que é uma espécie de democracia.

Foi monitor de cursos de formação profissional de rádio na Cooperativa de Rádio e Animação Cultural – CRAC, na Cooperativa TSF e no Centro de Formação da RDP, tendo ajudado a formar gerações de jornalistas e radialistas.

O trabalho jornalístico de João Paulo Guerra mereceu diversos prémios, tendo recebido, entre outros, o Prémio Casa da Imprensa, o Repórter X, o Gazeta e o Reportagem de Rádio. Em 2014, foi agraciado com o Prémio Igrejas Caeiro, da Sociedade Portuguesa de Autores, que distingue a carreira de personalidades incontornáveis da Rádio portuguesa.

Escreveu cerca de uma dezena de livros, entre os quais Memórias das Guerras Coloniais e Descolonização portuguesa – O regresso das caravelas.

Para a sua irmã, a actriz Maria do Céu Guerra, adaptou para os palcos o romance Clarabóia, de José Saramago.

João Paulo Guerra, envolveu-se na luta contra o fascismo e na defesa da liberdade e da democracia alcançadas com o 25 de Abril, tendo, inclusivé, passado pelas fileiras do PCP.