Regressou ao Seixal, esta terça-feira, o festival criado em 2003 como ferramenta de auto-expressão do povo saarauí, resistência cultural e activismo dos direitos humanos, dando origem à cinematografia saarauí.
Depois do documentário de Mohamed Sleiman Labat, DESERT PHOSfate, a programação prossegue, esta noite, pelas 21h30, com Campos Elísios, de Giuseppe Carrieri, seguindo-se Pequeno Saara, de Emilio Martí. Para amanhã, último dia do FiSahara, a programação reserva, à mesma hora, Hamada. O filme de Eloy Domínguez Serén traça um retrato incomum de um grupo de jovens amigos que vivem num campo de refugiados no meio do deserto do Saara. «Um campo minado e a segunda maior muralha militar do mundo separam este grupo de amigos da sua terra natal, de que apenas ouviram falar nas histórias dos seus pais. São “sarauís” e foram abandonados neste campo de refugiados no meio do deserto pedregoso desde que Marrocos os expulsou há quarenta anos do Saara Ocidental», lê-se na sinopse.
Criado em 2003 por saarauís, o FiSahara (Western Sahara International Film Festival) é um festival anual de cinema e cultura de direitos humanos, que, lê-se na apresentação, «busca entreter e capacitar o povo saarauí através do cinema, adoptando-o como uma ferramenta de auto-expressão, resistência cultural e activismo dos direitos humanos, dando origem à cinematografia saarauí». A par do festival, o projecto integra, desde 2011, a Escola de Formação Audiovisual Abidin Kaid Saleh, que oferece formação prática nos campos a jovens refugiados saarauís.
O festival leva, anualmente, aos acampamentos, exibições, mesas-redondas, oficinas de cinema e muitos outros eventos culturais, com a participação de cineastas, artistas, defensores dos direitos humanos, jornalistas e outros interessados, oriundos de todo o mundo, que visitam os campos e interagem com a população local.
A presença do FiSahara no Seixal integra as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril naquele município.
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